Um pesquisador da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) criou um protótipo de embalagem com óleos essenciais que pode ajudar a controlar a contaminação de maçãs durante armazenagem e comercialização pelo bolor azul. A doença é provocada pelo fungo Penicillium expansum, que apodrece a fruta após a colheita. O estado é o maior produtor da fruta no país. 251764
As perdas de maçãs por apodrecimento durante o transporte e a exposição nos mercados e domicílios dos consumidores podem chegar a 20%. As doenças bolor azul e podridão-olho-de-boi são duas das principais causas. A Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri) aplica atualmente diferentes estratégias para diminuir o problema.
A pesquisa da embalagem, que recebeu menção honrosa no Prêmio Capes de Tese de 2019, é do engenheiro agrônomo Argus Cezar da Rocha Neto, 33 anos, e foi feita durante o doutorado dele em biotecnologia e biociências pela UFSC. O protótipo demorou três anos para ser desenvolvido.
Atualmente professor no Centro Universitário Adventista de São Paulo (Unasp), Rocha Neto disse que pesquisa maçãs desde que começou a iniciação científica e que o protótipo foi criado considerando investigação anterior feita por ele sobre a necessidade de novas tecnologias associadas à manutenção do fruto após a colheita.
Na atmosfera controlada, são monitoradas em câmaras de armazenamento as concentrações de oxigênio e gás carbônico. Já os óleos essenciais são compostos extraídos das plantas, podendo ser usados de diferentes formas contra diversos tipos de fungos.
A pesquisa começou e foi finalizada na UFSC, mas uma parte do trabalho foi desenvolvida na Michigan State University, nos Estados Unidos. O trabalho indicou que os óleos de palma rosa, árvore-chá e anis-estrelado apresentaram os melhores resultados contra a doença.
"Eles atuam diretamente na membrana plasmática do fungo que provoca o bolor azul, causando a quebra da mesma e, assim, causando o extravasamento do conteúdo intracelular para o meio extracelular. Assim, o fungo acaba morrendo", explicou o doutor.
Questionado se chegou a ser procurado por alguma empresa ou instituição interessada na descoberta, ele disse que houve conversas nesse sentido, "mas não com empresas em Santa Catarina, apesar do alto volume de maçãs", e frisou que ainda é preciso continuar pesquisando.
"Ao final do projeto, o que fiz foi um protótipo, e não um produto acabado. Nesse sentido, novas investigações precisam ser realizadas para afinar a pesquisa e, desta forma, concluir um produto de fato", explicou.
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