Novembro Roxo: mães contam como foi nascimento de filhos prematuros 5w3e23

Ver os bebês na UTI foi a maior dificuldade enfrentada por elas 2j3n4o

Por Giulia Sacchetti Ferreira 2k1v4g

17/11/2021 14h55 2426j



Bebê prematuros atualmente - na primeira foto, Josafá, hoje com 13 anos e na segunda, Samuel, hoje com 7 meses (Fotos: Arquivo pessoal)

O mês de novembro é conhecido por várias datas, mas uma delas, no dia 17, traz a denominação de “novembro roxo” devido ao Dia Mundial da Prematuridade. 4y6j1x

É considerado prematuro o bebê que nasce antes de completar 37 semanas de gestação. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil é o 10º país com mais partos prematuros no mundo, com cerca de 340 mil nascimentos de bebês nessas condições por ano.

Essa condição de nascimento muitas vezes abala a estrutura dos pais, pois elimina toda expectativa gerada diante da chegada do bebê. Em muitos casos, o recém-nascido corre risco de vida e a por longos períodos de internação nas unidades neonatais.

Planejando a gravidez com 22 anos, a moradora de Vargeão, Zenaide Rodrigues Guimarães, hoje com 35, não imaginava que 13 anos atrás aria pela aflição de ver o filho na UTI Neonatal. Josafá Eduardo nasceu de 28 semanas, de parto normal, no dia 18 de fevereiro de 2007. Ele tinha 42 cm e pesava 1,920 kg.

O bebê teve que ficar por 22 dias intubado no Hospital Regional São Paulo, em Xanxerê. Ele tinha dificuldades para respirar e um “sopro” no coração, resultado de ter nascido tão precocemente. Ele também teve alguns diagnósticos suspeitos que foram confirmados posteriormente através de exames, de que possuía hidrocefalia.
 

Segundo a mãe, o bebê teve várias convulsões, que foram tratadas com medicamentos que ele faz uso até hoje. O líquido na cabeça foi retirado com uma agulha para não precisar colocar válvula e tudo isso causou estrabismo, do qual faz acompanhamento para melhorar a visão.

“Só podia visitar ele de dois em dois dias. Foi triste ter que deixá-lo lá, mas sabia que ele estava em boas mãos”.

Zenaide e o filho nos primeiros dias em casa (Foto: Arquivo pessoal)

Lorena Allebrant, de 22 anos, também moradora de Vargeão, conta que a gravidez não foi planejada. Ela sofre de síndrome dos ovários policísticos. Ao descobrir que estava grávida, com um mês e meio, ficou em estado de choque.

A gestação seguiu normal até a nona semana, quando ela teve um pequeno sangramento que não era uterino, ou seja, não vinha do bebê. Após consultas com o obstetra, tudo corria bem, mas ela descobriu que tinha uma ferida no colo do útero, que poderia ser a causa dos sangramentos.

Lorena também teve infecção urinária frequente, motivo pelo qual o nascimento de Samuel, primeiro e único filho dela, foi prematuro. A mãe foi internada para tratamento da infecção em 17 de abril de 2021, em Xanxerê, e em seguida começou a perder líquido amniótico. Logo, teve que tomar medicamentos para retardar o parto. Três dias depois, por falta de vagas no hospital de Xanxerê, ela teve que ser transferida para Lages para uma cesárea de emergência.

Samuel nasceu de 34 semanas, em 20 de abril deste ano, com 43 cm e 2,100 kg. Lorena relata que só pôde pegar o filho no colo oito dias depois. Ela conta que o hospital e o companheiro apoiaram muito na hora da amamentação, com preparo e cuidado através do banco de leite desde o nascimento do filho.

Lorena diz ainda que não ficou ansiosa na hora do parto, mas sua preocupação veio depois, quando não podia pegar o filho nos braços.

“Ser mãe de UTI pra mim foi uma coisa muito complicada. Envolve muitas emoções. Eu ia todos os dias, a cada 3 horas ver ele lá. Eu entreguei tudo nas mãos de Deus”.

Primeira vez que Lorena pôde pegar o filho no colo (Foto: Arquivo pessoal)

Cuidados que devem ser tomados

O médico clínico geral e pós-graduado em ultrassonografia, Marcus Vinícius Frota Tandalo, explica que existem algumas maneiras de evitar a prematuridade.

“Sabe-se hoje em dia que manter uma alimentação saudável, boa hidratação, atividade física adaptada à gestação, bem como demais hábitos saudáveis são essenciais para prevenir doenças como diabetes, anemia e hipertensão gestacional. Essas ações também resultarão em um bom controle de ganho de peso durante pré-natal", destaca Marcus.

Além disso, o médico afirma que manter consultas periódicas de pré-natal desde o início do período gestacional e, até mesmo no período pré-gestacional com toda equipe de saúde, como destista, psicólogo e nutricionista, geram bom controle de riscos ao trabalho de parto prematuro.

Ainda segundo o profissional, ações como essa são de extrema importância e causam impacto positivo em todos os níveis de atenção à saúde.

“Diminuem riscos, custos e, principalmente, favorecem um excelente período gestacional a todas as mães e bebês”, conclui.


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