Delegado diz que tio de Lyan de Oliveira não participou da morte do menino 151471

Tia do menino de dois anos foi presa na noite desta quinta-feira na casa da mãe, no município de Videira 4j5q3e

Por Redação Oeste Mais 6m5y3i

11/03/2022 14h08 144q6j



Polícia concedeu entrevista coletiva sobre as investigações do caso (Foto: Jeferson Coppini/Oeste Mais)

A Polícia Civil confirmou, durante coletiva de imprensa sobre o caso Lyan de Olivera, realizada nesta sexta-feira, dia 11, que o tio do menor não teve participação no crime na noite em que o menino morreu. 6v3l6e

Conforme o delegado Marcelo Tescke, da Divisão de Investigação Criminal (DIC) de Xanxerê, o homem estaria trabalhando no momento em que Lyan deu entrada no hospital de Ponte Serrada, no Oeste de Santa Catarina, com marcas de agressão.

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No momento do acontecido, Lyan estava na companhia da tia, de 32 anos, da avó e mais seis crianças.

Marcas de agressões

Conforme o delegado, a equipe médica que atendeu o menino na noite de sábado, dia 5, após constatar as marcas de agressões pelo corpo da criança, logo acionou a polícia. Lyan não resistiu e acabou morrendo cerca de uma hora após chegar ao hospital.

Informações desencontradas

Ainda de acordo com delegado, o primeiro depoimento da tia, que era responsável pelo menor, dava conta de que ela estaria lavando roupas e encontrou a criança agonizando na cama após ter sofrido uma queda.

Porém, durante depoimento à polícia, ela disse que Lyan havia subido em um rack e uma televisão que ficava sobre o móvel teria caído sobre o menino, provocando as lesões.

A avó materna do garoto, que também vivia na casa, disse em depoimento que a televisão nunca esteve sobre o móvel e que ali se guardavam perfumes e outros objetos.

A versão foi confirmada pela perícia no local, com a constatação de que a televisão, na verdade, ficava embaixo de uma mesa na sala. Além disso, a perícia descartou que as lesões que o menino sofreu pelo corpo foram causadas pelo aparelho eletrônico.

“Até questionado o médico que realizou o atendimento, se seria possível que aquelas lesões que a criança apresentava, seriam possíveis de uma queda, relatado pelo médico que a possibilidade disso seria se a criança tivesse caído do telhado de alguma casa”, comentou Tescke.

O tio de Lyan, mesmo não estando presente no momento em que tudo aconteceu, ajudou a suspeita a mentir sobre a situação.

“O tio e a tia, em participação, estavam influenciando, criando elementos para desvirtuar as investigações relacionadas ao crime”, destacou o delegado Marcelo.

A mulher foi presa temporariamente na noite desta quinta-feira, dia 10, na cidade de Videira, onde se encontrava na casa da mãe.

Assista à coletiva na íntegra:

Menino Lyan de Oliveira foi morto em casa após ser agredido pela tia, diz Polícia Civil (Foto: Arquivo Pessoal)

Menino morreu por politraumatismo

O menino Lyan deu entrada no Hospital Santa Luzia por volta das 19h30, completamente sem roupa, conforme relataram dois vizinhos que o levaram até a unidade.

Segundo a equipe que prestou os serviços fúnebres, o menino tinha muitos ferimentos internos, com várias hemorragias.

Na imagem que circula nas redes sociais, onde mostra o menino durante o velório, percebe-se que Lyan está bastante roxo e com a cabeça toda enfaixada. A vizinha que prestou ajuda ao menino disse que ele sangrava pelo nariz.

No laudo do IML, a causa da morte de Lyan foi apontada como politraumatismo. O corpo da criança foi sepultado poucas horas após a morte.

Delegado Marcelo Tescke (esquerda) coordena as investigações (Foto: Jeferson Coppini/Oeste Mais)

Gritos e choro

Vizinhos dos tios responsáveis por Lyan de Oliveira relatam ao Oeste Mais que seguidamente ouviam gritos e choro das crianças vindos de dentro da casa e que denúncias de maus-tratos já tinham sido feitas.

O pequeno Lyan, inclusive, foi visto com hematomas pelo corpo muito antes do crime. É o que mostra uma foto divulgada nas redes sociais, onde o menino aparece com o rosto abatido e com roxos na região do olho e bochecha.

Foto do menina mostra rosto com hematomas (Foto: Arquivo Pessoal)

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Nicole Kruger, amiga de Simone de Oliveira, mãe de Lyan, contou que, há 20 dias, Simone se deslocou de Brusque – município em que vive e trabalha – para ver o filho e o encontrou todo engessado da cintura para baixo. A tia de Lyan alegou que ele tinha caído do carrinho.

Na casa em que Lyan vivia moravam, ao todo, dez pessoas, sendo o casal de tios, a avó materna do pequeno, e outras sete crianças, incluindo ele, a irmã gêmea de outros quatro irmãos. Outros dois menores eram os filhos dos tios.

“Teve um dia que a senhora [avó de Lyan], acho que é mãe dele [tio do menino], implorou pra não baterem nas crianças. Eles viviam trancados”, revelou Diana Antunes Fernandes, uma vizinha do casal, responsável por levar Lyan ao hospital na noite do acontecido.

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O delegado afirmou ao final da coletiva que as investigações seguem abertas. Um inquérito sobre o caso deve ser concluído pela Polícia Civil e encaminhado ao Ministério Público. Marcelo Tescke não quis adiantar por quais crimes a tia de Lyan deverá ser indiciada. A tendência é que a mulher seja submetida a um júri popular.


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