Familiares de pioneiro de Ponte Serrada se encontram pela primeira vez em 120 anos 6c1g43

Emílio Acunha nasceu há 139 anos e chegou ao Oeste em 1903, onde viveu até 1970, quando faleceu. 4ia6y

Por Jhonatan Coppini 21u1q

03/06/2024 17h00 323a5p



Familiares de Emílio Acunha reunidos em encontro em Ponte Serrada (Foto: Arquivo Pessoal)

Os descendentes de Emílio Acunha participaram neste domingo, dia 2, do “2º Encontro da Família Acunha” em Ponte Serrada, no Oeste de Santa Catarina. Um dos pioneiros do município, sequer emancipado na época, Emílio saiu do Paraguai com destino à região ainda muito jovem, em 1903, com tropas que buscavam o sustento na extração de erva-mate. 3f3h1o

O encontro reuniu dezenas de descendentes originados da família de 6 filhos dele. Emílio nasceu no município de Encarnación, ao sul do Paraguai, em agosto de 1885, e viveu em solo ponteserradense até o fim da vida. Tropeiro, ervateiro, suinocultor, oleiro e até juiz de paz, promotor público e inspetor de quarteirão, o pioneiro morreu em março de 1970, aos 85 anos.

Emílio Acunha na construção de ponte serrada a mão, que deu origem ao nome da cidade (Foto: Arquivo Pessoal)

“O objetivo do encontro foi reunir a família, o resgate histórico, as histórias de infância, o resgate cultural”, afirma Grazieli Melania Acunha, neta de Emílio. No ano ado, um primeiro encontro foi realizado com familiares que moram em Ponte Serrada e parentes próximos. Neste ano também participaram descendentes do Paraguai.

“Foi muito emocionante poder receber nossos descendentes pela primeira vez. Este encontro reuniu pessoas de três países: Brasil, Paraguai e Argentina. Só temos que agradecer a Deus e aos organizadores, que trabalharam incansavelmente para tudo dar certo”, comemora Tereza Acunha Bazi, moradora de Ponte Serrada e única filha viva de Emilio (veja fotos da festa ao final da reportagem).

Tereza Acunha Bazi mora em Ponte Serrada e é a única filha viva de Emilio Acunha (Fotos: Arquivo Pessoal)

Familiares localizados no Paraguai

O jovem Matheus Perondi Acunha, bisneto de Emilio, foi quem conseguiu encontrar os familiares no Paraguai. Tudo começou ainda em 2020, durante a pandemia de Covid-19. Isolado da escola e estudando em casa, ele começou a pesquisar na internet nomes que eram comentados antigamente pelos avós. Matheus conseguiu encontrar a neta de uma irmã de Emílio.

“Pedi se por acaso a avó dela chamava-se Margarita e tinha um irmão que veio para o Brasil. Ela me confirmou a história de cabo a rabo, a história bateu perfeitamente”, conta o jovem.

A partir de 2020, o contato foi alimentado com frequência, inclusive com Matheus comentando sobre o primeiro encontro da família, em 2023, e mandando fotos. A iniciativa despertou a vontade dos familiares virem ao Brasil e participar da segunda edição.

“Quando nós recebemos a notícia que esses paraguaios viriam, nós ficamos duvidosos se tinha o mesmo parentesco”, revela Grazi. Mas uma fotográfica em comum tirou a dúvida. Segundo ela, a neta da irmã de Emílio guarda uma foto que ele tirou em Ponte Serrada e enviou para a irmã, provavelmente na década de 1920.

Foto em comun que familiares de Emilio têm no Paraguai e em Ponte Serrada (Foto: Arquivo Pessoal)

“Nós temos essa foto como lembrança, e a mesma foto ela tem lá [no Paraguai], isso confirma os laços de sangue dos Acunha”, vibra Grazi, relatando que nenhum dos familiares de Ponte Serrada tinha contato com os parentes paraguaios. “Sabíamos que havia a família do meu avô lá, só não sabíamos onde, quem eram, nada, eram desconhecidos para todos nós”.

A festa

O encontro das gerações centenárias da família começou com um café da manhã, incluindo a queima de grimpas e pinhão sapecado, no típico modo dos tropeiros comerem o alimento na época.

Um breve histórico da chegada de Emílio foi exposto, com a apresentação das famílias presentes no evento. Até uma harpa paraguaia foi levada, com uma paraguaia tocando três canções.

“Foi bem emocionante, muito bonito, lembrando nossas raízes e nós mostrando onde moramos e onde o  se instalou e foi criando família. E até hoje estamos todos por aqui”, destaca Grazi.

O sobrinho dela e bisneto de Emílio também traduz em palavras a emoção após o encontro. “O primeiro contato físico nós tivemos depois de 121 anos que o meu bisavô saiu do Paraguai. É uma história muito bonita e nós continuamos escrevendo esta história”, diz Matheus.


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