Mãe que aguarda por coração compatível para filho de 8 meses incentiva a doação de órgãos 10545s

Raquel Sgarbossa Alves está ao lado do filho Vicente, de 8 meses, na UTI do Hospital Pequeno Príncipe, no Paraná. 7213t

Por Kiane Berté 6q1x24

03/06/2024 15h30 - Atualizado em 03/06/2024 15h57 4h82u



Raquel e Jailson, pais do pequeno Vicente (Foto: Arquivo pessoal)

Uma mãe ponteserradense vive um drama por causa do filho de 8 meses, que necessita de um transplante de coração. O pequeno Vicente Sgarbossa Medeiros nem completou o primeiro ano e já luta intensamente pela vida. eu3n

Internado há 57 dias, sob os cuidados da mãe Raquel Sgarbossa Alves, no Hospital Pequeno Príncipe, em Curitiba (PR), Vicente sofre com miocardiopatia dilatada, um tipo de cardiomiopatia que aumenta o tamanho dos ventrículos do coração, o impedindo de bombear sangue o suficiente para atender às necessidades do corpo, podendo levar à insuficiência cardíaca.

Raquel reside em Ponte Serrada com o marido Jailson Medeiros, mas, há mais de 3 meses, sua morada é o hospital, acompanhando o filho e aguardando por respostas positivas.

Antes de ser transferido a Curitiba, Vicente permaneceu na UTI do hospital da Unimed, em Chapecó, por outros 47 dias. Foi nessa unidade hospitalar que o bebê recebeu o diagnóstico e iniciou o tratamento.

Vicente foi diagnosticado com miocardiopatia dilatada aos 4 meses de vida (Foto: Arquivo pessoal)

O início de tudo

Quando Vicente completou os quatro meses de vida, a mãe percebeu que ele chorava muito, vivia irritado e não dormia à noite. Em uma consulta médica, foi informada que o filho poderia estar com infecção na garganta, e o bebê ou a fazer uso de antibióticos.

Como o quadro de saúde dele não melhorava, Raquel decidiu procurar outras opiniões médicas. Através de um raio-x, a médica responsável alertou que alguma coisa não estava certa com o menino.

Uma ressonância foi feita e o resultado não agradou: Vicente estava com o coração dilatado.

“Não sabíamos do que era. Na realidade, até hoje não sabemos se é genético ou se foi do Covid, poque com 34 dias de vida, o Vicente pegou Covid”, comenta.

A partir daí, o tratamento iniciou e o menino precisou ser encaminhado a um centro de referência de transplante cardíaco.

“Começaram outros medicamentos diferentes para o coração, até que fizeram a eco, a fração de ejeção (percentagem do sangue na câmara de bombeamento principal que é ejetada com cada batimento) do Vicente, e o funcionamento do coração estava funcionando em 16%. E essa semana foram fazer, a fração de ejeção é de 12%, então, cada dia está regredindo mais”, explica a mãe.

Raquel conta que o quadro de saúde do filho piorou neste domingo, dia 2, e o bebê precisou ser intubado, restando apenas um transplante de coração como solução para o caso. “Precisa aparecer um coraçãozinho para ele”, clama Raquel.

Menino está intubado na UTI (Foto: Arquivo pessoal)

Doação de órgãos

A mãe do menino aproveita o momento para desabafar sobre um assunto que, para ela, não é muito comentado: a doação de órgãos.

O transplante é um procedimento cirúrgico que consiste na reposição de um órgão (coração, fígado, pâncreas, pulmão, rim) ou tecido (medula óssea, ossos, córneas) de uma pessoa doente (receptor) por outro órgão ou tecido normal de um doador, vivo ou morto.

No Brasil, a doação de órgãos só acontece após a autorização familiar, independente se o paciente possuía autorização pessoal em vida.

É por conta disso que Raquel conscientiza as famílias a autorizarem essas doações, para que assim consigam salvar vidas que esperam por uma chance, como o Vicente, o único filho dela.

“Até eu sempre falava que se acontecesse alguma coisa com um filho meu, eu não doaria. Mas agora que estou ando por isso, a gente vê o mundo totalmente diferente. Agora, até comigo, se acontecer algum dia, eu vou fazer tudo o que eu puder fazer, vou doar tudo o que eu puder doar, porque pode dar continuidade em outra vida”.


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