Aos 26 anos, Patrícia Rodrigues de Morais, moradora da Vila Pouso dos Tropeiros, em Ponte Serrada, encontrou na cozinha um lugar de inspiração e superação. Diagnosticada com a doença de Stargardt, uma condição genética rara que está progressivamente afetando a visão (entenda mais abaixo), Patrícia precisou encontrar formas criativas de se adaptar. 5q236w
Sem conseguir enxergar direito, ela usa as mãos e o olfato para preparar doces e salgados que vende aos clientes da comunidade e da cidade, tudo com a ajuda da filha.
“Gosto muito do que faço, não só pelo dinheiro, mas sim pela oportunidade que eu tenho. Deus me deu essa oportunidade e eu a agarrei com as duas mãos, firmes e fortes”, comenta Patrícia. “Eu acabo esquecendo do meu problema, das dificuldades, e enfrento elas de cabeça erguida como eu acho que cada pessoa deve fazer”.
Sem nunca ter feito um curso de confeitaria, ela aprendeu sozinha a preparar os produtos que hoje ajudam a sustentar o lar, comprando móveis, roupas e contribuindo nas contas da casa. Mais do que uma renda, o trabalho é uma maneira de se distrair e lidar com o desafio de perder boa parte da visão.
Assista ao vídeo abaixo:
A menina ajuda a finalizar os doces e cuida do dinheiro, garantindo que a mãe não tenha problemas com o troco. “Ela é meu braço direito, me dá força para enfrentar as dificuldades”, diz Patrícia, com orgulho.
Doença de Stargardt e os desafios
A doença de Stargardt é uma condição degenerativa hereditária que causa a morte das células responsáveis pela visão central. O diagnóstico chegou enquanto Patrícia ainda estava no ensino médio, em 2013, e não trouxe boas notícias: óculos ou transplantes não ajudariam, pois o problema atinge a mácula, parte da retina responsável pela visão nítida.
A dificuldade que Patrícia tem em enxergar afeta a percepção tanto de perto quanto de longe, dificultando até mesmo ler mensagens no celular ou distinguir pessoas.
Além das limitações físicas, o impacto emocional foi grande. Patrícia chegou a enfrentar um princípio de depressão, devido ao medo de que a doença a impedisse de levar uma vida normal.
Porém, com a chegada de Maria Eduarda, a filha única, sentiu esperança de continuar a lutar pela vida e por uma qualidade de vida melhor. “Pensei que eu seria um exemplo para minha filha, e se um dia Deus permitir que eu perca a visão completamente, já estou preparada, e ela saberá que estarei sempre ao seu lado”, finaliza.
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