Uma das sobreviventes do incêndio na boate Kiss foi escolhida para ser homenageada em uma edição especial da Barbie. Kelen Ferreira é uma das 8 mulheres que participam da campanha da fabricante em alusão ao Dia Internacional da Mulher, celebrado no sábado, dia 8. 2v4k19
"A Barbie reflete minha realidade, a trajetória de superação, minha prótese brilhosa e minhas marcas", comenta Kelen.
A campanha "Mulheres Inspiradoras" é promovida desde 2015. Neste ano, a marca buscou mostrar o valor da amizade feminina, escolhendo quatro duplas de amigas. Kelen forma dupla com a criadora de conteúdo mineira Paola Antonini, que a interpretou em uma série sobre a tragédia.
"É uma honra estar nessa campanha com mulheres incríveis, principalmente de uma amiga que sempre esteve ao meu lado, mostrando que juntas podemos alcançar qualquer coisa. A verdadeira amizade tem sido minha maior força. Minha família, amigos e @paola_antonini me ajudaram a me reconstruir e a acreditar que tudo é possível. Espero que essa boneca inspire meninas a perceberem a força que vem de dentro e que nenhum desafio é impossível de superar. A vida é imprevisível, mas o que importa é como a enfrentamos", escreveu Kelen nas redes sociais.
As duas são as primeiras pessoas com deficiência no Brasil a serem homenageadas pela Barbie e ganharem as próprias versões da boneca.
De acordo com a terapeuta ocupacional, o convite para ser uma boneca chegou em dezembro de 2024. "Fiquei muito lisonjeada em saber que ia ter uma Barbie igual a mim", diz.
A Barbie Kelen possui uma prótese transtibial, abaixo do joelho, na perna direita, além de cicatrizes de queimaduras no braço como a dona. Já a Barbie Paola possui uma prótese do tipo transfemoral, acima do joelho, assim como a atriz. Em 2014, Paola sofreu um acidente de carro que resultou na amputação da perna esquerda.
Quem é Kelen
Kelen Giovana Ferreira, natural de Alegrete, é formada em Terapia Ocupacional pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Na madrugada de 27 de janeiro de 2013, ela estava na boate Kiss quando ocorreu o incêndio que deixou 242 mortos e 636 feridos. A jovem estava acompanhada de sete amigos, dos quais três não sobreviveram.
Em dezembro de 2021, durante o julgamento do caso Kiss, ela relatou traumas psicológicos e físicos, em depoimento.
“Vivemos numa sociedade que exige corpo perfeito. Eu comecei um processo de aceitação do ano ado para cá. Eu tinha medo de sair nas ruas e as pessoas me julgarem. Só ano ado ei a usar short. Eu usava calça jeans até no calorão de 40 graus”, contou na época.
Além de trabalhar em um hospital de Pelotas, ela também atua como influenciadora nas redes sociais.
"Posso influenciar milhares de pessoas, mostrando que tenho uma vida sem limitações, resiliência no meu cotidiano, amor a vida, empoderamento, representatividade do corpo e mostrar para todos que temos que acreditar em si, pois somos capazes de coisas extraordinárias, independente de qualquer obstáculo", relata.
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