Trabalhadores em condições de escravidão são resgatados durante ação conjunta em MG 6n4h22

Um das vítimas, aliciada pelas redes sociais, possuía tatuagem com as iniciais dos patrões, como símbolo de posse. 5y3u1v

Por Redação Oeste Mais 6m5y3i

27/04/2025 10h16 6k5r66



Tatuagem com iniciais dos patrões foi vista em um dos trabalhadores (Foto: Auditoria do Trabalho/Divulgação)

Uma ação conjunta coordenada pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), por meio da Auditoria Fiscal do Trabalho, resgatou duas pessoas submetidas a condições análogas à escravidão no município de Planura, em Minas Gerais. A operação, entre os dias 8 e 15 de abril, contou com a participação do Ministério Público do Trabalho (MPT), da Polícia Federal (PF) e do acompanhamento da Clínica de Enfrentamento ao Trabalho Escravo do Centro Universitário Presidente Antônio Carlos (Unipac). 1b5hd

A fiscalização foi desencadeada a partir de uma denúncia registrada no canal Disque 100, que apontava graves e sistemáticas violações de direitos humanos. Os relatos indicavam sinais de trabalho forçado, cárcere privado, exploração sexual e violência física e psicológica.
Durante a inspeção, a equipe de auditores identificou que as vítimas — um homem homossexual e uma mulher transgênero, ambos de nacionalidade uruguaia — foram aliciadas por meio de redes sociais. Os empregadores usavam plataformas para abordar pessoas em situação de vulnerabilidade financeira e afetiva, prometendo falsas oportunidades de trabalho, moradia e acolhimento. As abordagens exploravam principalmente membros de comunidades LGBT.

Jornada exaustiva e tatuagem

As vítimas foram traficadas para a região e submetidas a jornadas exaustivas, sem remuneração e em condições precárias de moradia. Um dos resgatados foi mantido por aproximadamente nove anos como empregado doméstico, sem registro em carteira, sofrendo diversos tipos de violência — física, sexual e psicológica. A equipe constatou que ele foi coagido a fazer uma tatuagem com as iniciais dos patrões, como símbolo de posse.

Intimidação 

A outra vítima, uma mulher trans migrante, também foi levada ao local por meio de falsas promessas e inserida em um vínculo de trabalho doméstico informal. Ela relatou ter vivido em um ambiente opressor, sem salário adequado e sob constante intimidação. Durante o período em que esteve na casa dos empregadores, chegou a sofrer um acidente vascular cerebral (AVC), possivelmente causado pelo estresse e pelas violências presenciadas.

Prisão 

Diante da gravidade dos fatos, a Polícia Federal efetuou a prisão em flagrante de três homens identificados como empregadores. As vítimas estão sendo acolhidas pela Clínica de Enfrentamento ao Trabalho Escravo da Universidade Federal de Uberlândia (UFU) e pela Unipac, que oferecem assistência médica, psicológica e jurídica. Denúncias podem ser feitas de forma anônima pelo Sistema Ipê ou Disque 100, com ligação gratuita e atendimento 24 horas por dia.


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