Depois de um primeiro encontro no domingo, dia 19, uma nova reunião foi promovida pelo governo do estado em razão do escândalo da Operação Carne Fraca. O encontro com lideranças do agronegócio de Santa Catarina ocorreu na tarde desta segunda-feira, dia 20. O objetivo do governo é traçar meios para evitar reflexos ainda mais negativos à economia. 1ex1y
As lideranças catarinenses ressaltaram que a única unidade em Santa Catarina interditada temporariamente dentro da operação é uma filial de uma empresa paranaense, localizada em Jaraguá do Sul, que produz basicamente linguiça frescal, salsicha e presunto para abastecimento principalmente dos mercados do Paraná e de São Paulo.
O governador Raimundo Colombo destacou o compromisso do governo do estado com a qualidade do produto catarinense, ressaltando o rigoroso trabalho de fiscalização já realizado e a manutenção do status sanitário diferenciado que faz a produção estadual chegar a 150 países.
“Vamos continuar agindo com a responsabilidade fiscal que sempre tivemos para garantir a saúde do consumidor. Ao mesmo tempo, vamos agir com total transparência para informar os governos dos países que importam nossos produtos sobre a situação diferenciada de Santa Catarina. Se algum país desejar qualquer informação complementar, estamos dispostos a enviar missões para estes países ou a receber seus representantes aqui, para mostrar o modelo de sucesso construído em nosso estado ao longo das últimas décadas”, afirmou Colombo.
O governador informou ainda que, entre esta terça e quarta, participará de reuniões em Brasília com o presidente Michel Temer e o ministro da Agricultura, Blairo Maggi, para tratar de ações em conjunto.
Estado é referência
Santa Catarina é o maior produtor nacional de carne suína e o segundo maior de carne de frango, atendendo ao mercado brasileiro e ao exterior, com presença em mais de 150 países. O estado também se destaca na defesa sanitária. Santa Catarina é hoje o único estado brasileiro livre de febre aftosa sem vacinação e, junto com o Rio Grande do Sul, faz parte de uma zona livre de peste suína clássica, com certificados da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE).
O estado encerrou 2016 como o maior produtor e exportador de carne suína do Brasil e o segundo maior de carne de frango. E o cenário continua favorável em 2017. Apenas em fevereiro deste ano foram exportadas 20,7 mil toneladas de carne suína, com faturamento de US$ 45,7 milhões, o que representa um crescimento de 57,5% na receita em relação ao mesmo período de 2016 e o melhor resultado da história para o mês de fevereiro.
A avicultura também teve um bom desempenho em fevereiro. O faturamento das exportações foi de US$ 124,3 milhões, um crescimento de 6,9% em relação ao mesmo período de 2016. Foram 67,6 mil toneladas em fevereiro, grande parte vendida para países como Japão, China e Países Baixos.
Controle de qualidade
Presente na reunião desta segunda, o presidente da Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc), Glauco Côrte, lembrou que toda a produção catarinense exportada a por nova inspeção ao chegar ao porto de destino, o que reforça o controle da qualidade do produto. O presidente da Associação Catarinense dos Avicultores, José Antônio Ribas Júnior, alertou também para potenciais impactos econômicos no preço das carnes, com pressão para redução dos valores de venda por parte dos mercados compradores.
Também participaram da reunião lideranças como os secretários de Estado da Agricultura, Moacir Sopelsa; e da Casa Civil, Nelson Serpa; o secretário adjunto da Agricultura, Airton Spies; os presidentes da Cidasc, Enori Barbieri, e da Epagri, Luiz Hesmann; o superintendente do Ministério da Agricultura (Mapa) em SC, Jacir Massi; a presidente do Sindicato das Indústrias de Carnes, Irani Peters; e o secretário-geral do sindicato, Ricardo Gouvêa.
Temperaturas devem ficar mais amenas durante o fim de semana em SC