Produtores de suíno estão com estoques no limite, segundo associação 1c2r3q

Uma semana após a Operação Carne Fraca, sobrecarga é temida pelo setor 383j5n

Por Redação Oeste Mais 6m5y3i

25/03/2017 11h08 4v3d5m



Os reflexos da Operação Carne Fraca seguem atingindo produtores de todo o estado. Uma semana após as irregularidades estourarem, a Associação Catarinense de Criadores de Suínos (ACCS) informou que o setor já trabalha no limite de estocagem no estado. A previsão inclusive é de sobrecarga de animais abatidos entre este sábado e domingo, dias 25 e 26. 1k2m3v

“Essa semana é o limite. Esperamos respostas [dos compradores], ou vai começar a ser um problema. Nosso tempo máximo de estocagem é de uma semana. Nós estamos muito perto", disse o presidente da ACCS, Losivanio Luiz Lorenzi. Segundo ele, Santa Catarina comercializa 800 mil toneladas de suínos abatidos por mês. A capacidade de estocagem, no caso de retenção de produto, é de cerca de 200 mil toneladas.

A sobra de animais é consequência da interrupção das importações por diversos países que já retiraram a carne brasileira dos mercados. O Ministério da Agricultura informou na última quarta-feira, dia 22, que o prejuízo aos exportadores de carne de todo o país chega a R$ 1,5 bilhão. Oito mil famílias dependem de suínos no estado, segundo a associação. Os criadores são pequenos produtores do Oeste catarinense.

O governo de Santa Catarina confirma que os frigoríficos estão diminuindo os abates para garantir espaço para armazenar as carnes, mas não divulga o prejuízo total no setor. "Daí os frigoríficos não começam a abater e se tornam altos os custos. A gente está ansioso por respostas. Nós temos total confiança na sanidade do nosso produto. A questão é pontual", complementa Lorenzi.

Ainda conforme o governo do estado, cerca de 15% do PIB de Santa Catarina é relacionado à comercialização de carnes em geral. De acordo com o Sindicarne, majoritariamente o setor é composto de suínos e aves.

Uma semana após Operação Carne Fraca, produtores temem sobrecarga (Foto: KSRE Photo)

Preço do suíno

Ainda de acordo com Lorenzi, atualmente, o valor do preço do suíno continua o mesmo, cerca de R$ 4,30 o quilo na comercialização do produtor. "O prejuízo é incalculável, os mercados vão querer barganhar, vai ser uma questão bem complexa. Principalmente nos novos contratos", prevê.

Conforme a ACCS, até esta sexta-feira não havia informações sobre demissões ou férias coletivas. O mesmo foi informado pelo Sindicarne e a associação de frigoríficos.

Aves

O secretário-executivo do Sindicarne, Ricardo Gouvêa, esclarece que é possível postergar por alguns dias o abate de suínos. Já a criação de aves não segue essa lógica porque normalmente a própria empresa faz todos os processos, da criação até a venda para os supermercados. "No setor de aves, 90% do trabalho é integrado. Ou seja, os produtores estão seguindo as rotinas normais de abate e armazenando, mandando para o mercado".

Setor de aves é menos afetado por ter produção integrada (Foto: Oijulia/Visual Hunt)

O Sindicarne disse que não há redução na produção de aves, mas confirma que há uma retenção. "Sabemos que, com o embargo provisório, começa haver uma represa lá na distribuição. Nós estamos tendo que estocar", disse o secretário, lembrando ainda não haver orientação para reduzir a produção, nem ao menos na fase incubatória, onde as aves ainda estão nos ovos. "Não teria cabimento", disse Gouvêa. Também não há informações sobre demissões ou férias coletivas no setor de aves.

Nos portos

A situação portuária também preocupa o setor, embora não haja números oficiais sobre a quantidade de carga parada. "Esse produto parado está sendo pago, como por exemplo os navios parados que não entregam produto", disse Gouvêa.

O governo do estado também confirma a situação. “Nós temos algumas milhares de toneladas de carne que estão embarcadas, que não estão sendo descarregadas. Mas esperamos que nos primeiros dias a gente possa viabilizar esse descarregamento”, declarou na quarta-feira o secretário de Estado de Agriculta, Moacir Sopelsa, após reunião no Ministério da Agricultura.

O Complexo Portuário de Itajaí e Navegantes informou nesta sexta-feira não ter um balanço de diminuição de exportações ou retenção de contêineres. A APM Terminals, empresa responsável pela logística do porto de Itajaí disse que não se pronuncia oficialmente sobre o caso.

A Portonave, responsável pelo escoamento da produção em Navegantes, diz que o impacto não foi sentido porque as operações de retirada e entrega de containers ocorrem com cerca de dez dias de antecedência. A empresa, no entanto, fala que está "acompanhando o desenrolar dos fatos".

Ainda conforme o presidente do Sindicarne, outro problema é a greve dos caminhoneiros, que  afeta o embarque da carne. "Mas com a escolta da Polícia Militar, essa carne também está dando vasão", disse Gouvêa.

Com informações do G1/SC 6x2rs


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