O segmento têxtil, de confecções, couro e calçados gerou mais de 8 mil empregos no primeiro semestre deste ano em Santa Catarina. Os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) mostram que o setor teve o segundo melhor desempenho entre os empregos industriais - que inclui a construção civil -, e liderou os empregos na indústria da transformação. 605q2i
Conforme informações divulgadas Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc), os números são positivos, mas trazem também um desafio em razão da falta de mão de obra qualificada.
Um estudo da Fiesc estima que a produção do setor deve crescer 4,9% no segundo semestre, puxada pelo consumo das famílias. Com índices de desemprego caindo, a massa salarial aumentando e juros menores, a renda disponível para o consumo está contribuindo para a recuperação do setor.
Falta de profissionais
A escassez de mão de obra qualificada é um dos principais problemas que o segmento enfrenta, e não é de hoje. E os empregos na confecção são especialmente relevantes porque culturalmente são vagas preenchidas por mulheres. De acordo com dados do Observatório Fiesc, das mais de 178 mil pessoas empregadas, cerca de 112 mil são mulheres.
O presidente da Câmara Têxtil, de Confecções, Couro e Calçados da Fiesc, Giuliano Donini, explica que as oportunidades no setor são muitas e bem diversas. “A indústria de confecções pode ser uma excelente porta de entrada no mercado de trabalho para jovens. As empresas catarinenses estão entre as mais modernas e inovadoras do país, oferecendo oportunidade de trabalhar em um setor muito dinâmico”, explica.
Qualificação
Numa iniciativa para ampliar a oferta de trabalhadores qualificados, a Câmara da Fiesc lançou o programa Jornada das Costureiras, que já formou 132 profissionais em cursos preparatórios para o mercado de trabalho em 10 cidades catarinenses só este ano.
Já foram atendidas cidades como Brusque e Blumenau - tradicionalmente grandes empregadoras no setor -, mas também municípios como Fraiburgo e Caçador, no Meio-Oeste catarinense, onde a cultura do setor têxtil confeccionista não é tão difundida.
“A soma de competências individuais leva a um nível de competitividade maior para seus produtos”, afirma Donini. Segundo ele, Santa Catarina se destaca por sua cultura, vocação e organização e tem uma cadeia bem integrada. “Com isso, as demandas do setor conseguem, na sua maioria, ser atendidas com fornecedores dentro do próprio estado”, explica.