A mãe que deu à luz na BR-470, em Navegantes, no Litoral Norte catarinense, com o auxílio de um policial rodoviário federal, a bem e está internada no hospital da cidade. Nesta terça, dia 16, ela e o bebê, um menino, apresentam bom estado de saúde e devem ser liberados já nesta quarta-feira, dia 17. "Eu fiquei desesperada", lembra a jovem ao recordar do momento em que percebeu que o parto seria feito às margens da rodovia. 481462

Na segunda-feira, dia 15, duas horas antes do parto, a adolescente de 16 anos foi dispensada do pronto atendimento de Balneário Piçarras, após avaliação médica. A especialista que a examinou informou não existir dilatação e mandou a família para casa, segundo nota oficial. Por volta das 21 horas, a jovem acabou tendo o filho na rodovia federal, auxiliada por um policial.

A adolescente Tabata Lorrrane da Silva, natural de Balneário Piçarras, disse que sentiu fortes contrações e o marido, Valdecir Anderson Thome, de 35 anos, a levou por volta das 16 horas ao Pronto Atendimento do município. "Uma médica disse que eu não tinha dilatação suficiente. Ela achava que eu teria o filho só por volta de umas 8 horas da manhã do dia seguinte (terça)", conta Tabata.

De acordo com a a Secretaria de Saúde de Balneário Piçarras, a gestante foi atendida por volta das 19 horas de segunda-feira no Pronto Atendimento, se queixando de um incômodo. Conforme a entidade, a médica responsável pelo atendimento realizou todos os exames necessários e verificou que o colo do útero estava fechado e "a paciente não apresentava quadro de contração nem dinâmica uterina, ou seja, dilatação", informou a nota enviada à imprensa.

A Secretaria afirma que, devido à ausência de fatores de risco, entendeu por bem liberá-la, sob a recomendação de que procurasse a unidade em caso de dor. “Não sabemos ao certo a razão que levou a paciente a buscar ajuda em outro lugar, por conta própria. A médica que a atendeu tem o respaldo da ficha de atendimento, onde estão listados todos os procedimentos adotados naquela noite”, explica a secretária de Saúde, Lucimir Uller Bittencourt.

Segundo Tabata, ela foi orientada a voltar para casa e aguardar até a manhã seguinte. Ela chegou a voltar para residência, no Bairro Bela Vista, mas poucas horas depois sentiu mais contrações e pediu ao marido para levá-la ao hospital. No caminho, com o tio e a tia no mesmo carro, Tabata sentiu que não conseguiria mais esperar. "Foi meu marido que decidiu parar o carro. Eu fiquei desesperada", lembra.

Parto

O policial rodoviário Diogo Soares, que estava em plantão de fiscalização na rodovia, atendeu o caso por volta das 21 horas. Ele solicitou a equipe da PRF que chamassem os bombeiros, mas como não havia mais tempo precisou ajudar a mãe. "No momento do parto, consegui ficar tranquilo. Mas depois que tudo foi feito e estavam mãe e filho bem, eu me tremi todo. Foi um sentimento indescritível", disse Soares.

Apesar de nunca ter realizado um parto, Soares afirmou que já teve orientações profissionais sobre como agir nestas situações e cumpriu um dever civil. "Como policial eu tenho que atuar junto ao cidadão, na defesa e proteção. Foi gratificante", explica. Após auxiliar no parto, realizado no banco dianteiro direito do Palio onde estavam, os bombeiros voluntários da cidade auxiliaram no corte do cordão umbilical. A mãe e a criança, na sequência, foram encaminhadas para o Hospital de Navegantes.

"Hoje vou buscar informações para ver como o bebê está, se a bem. A família me agradeceu muito e estou feliz", comenta Soares. A mãe, Tabata, falou que apesar do susto, ficou muito surpresa e emocionada pela situação. "Hoje já perguntei aqui no hospital sobre o policial. Quero encontrá-lo novamente", disse a adolescente.

Tabata deu o nome do menino de David, por escolha do marido. Ela e o bebê devem receber alta do hospital nesta quarta-feira, dia 17.