A maior festa popular do Brasil movimenta multidões, envolve crianças, jovens, adultos e idosos, cada grupo com seu jeito peculiar de se divertir. Em Ponte Serrada o carnaval de salão ganhou tradição por ser dono de uma história de décadas de sucesso. Era aguardado com ansiedade por milhares de pessoas, incluindo moradores de municípios vizinhos.As quatro noites de folia historicamente promovidas pela Associação Atlética Aimoré estão na memória. Poucos dizem não ter aproveitado ao menos uma vez a festa entre as dezenas de anos em que aconteceu consecutivamente, com o público pulando a noite inteira até perder o fôlego. Mas os foliões começaram a diminuir há um tempo. Onde sobravam blocos e concentrações, hoje pouco existe dos que ainda ?respiram? o carnaval como antigamente. A sensação é de que agora quem perdeu o fôlego foi o próprio evento.Em 2014 o carnaval em Ponte Serrada esteve à beira de não ser realizado. Mas uma mobilização do clube, blocos e da istração municipal deu gás para que às vésperas fossem organizadas quatro noites de folia. Não foi um sucesso. Longe dos tempos áureos do evento no município. E se no ano ado o sinal foi de que o fôlego estava se esgotando, em 2015 realmente terminou.MotivosA decisão da Associação Atlética Aimoré em não promove carnaval salão deixa muitos foliões perdidos. Mas o presidente Deniz Panizzi diz que a própria queda do número de participantes está entre os motivos. ?A diretoria decidiu não fazer. Nas outras vezes fomos multados, a gente não culpa ninguém, mas decidimos por não fazer. Os blocos também, nos outros anos tinham quatro, cinco blocos. Este ano ficou só um?.Questionado sobre a possibilidade de terceirização, Deniz revelou que o clube até recebeu propostas, ?mas as contas e responsabilidade iriam recair sobre o clube. Aí decidimos não fazer?, explica. ?Quem sabe o ano que vem as coisas melhorem e a gente possa voltar a fazer. É uma pena uma tradição com mais de 40 anos no Aimoré acabar, mas infelizmente esse ano não teve como?.RigidezO aperto da legislação e fiscalização nos últimos anos também contribuíram, na avaliação do presidente, com a queda de foliões. ?A gente sabe que estão apenas cumprindo as leis, mas nos anos anteriores, a rigidez da fiscalização, tanto nas concentrações quanto no clube, fizeram com que os blocos e o Aimoré tomassem multas, principalmente pela presença de menores, consumo de bebidas alcoólicas e até mesmo falsificação de documentos de jovens. Isso acabou desestimulando as pessoas, tanto é que neste ano os blocos foram desfeitos, restando apenas o Allan Bik?.ApoioA istração municipal de Ponte Serrada, a exemplo dos anos anteriores, se propôs a rear o valor de R$ 10 mil para apoiar a realização de quatro noites de carnaval. Uma reunião entre o clube, o bloco Allan Bik e o prefeito Eduardo Coppini (Duda) inclusive foi realizada em janeiro para afinar a parceria. ?Como em outras oportunidades, a istração iria ajudar na realização do carnaval, que acaba não acontecendo por questões alheias, que fogem do nosso alcance?, lamenta Duda.O prefeito também explica que o fato de a decisão recente sobre a não realização do evento inviabilizou a promoção de um carnaval de rua por parte do município, já que a esfera istrativa exige uma série de trâmites burocráticos para a organização.Chama acesaO bloco Allan Bik é o único remanescente para o carnaval 2015 em Ponte Serrada. A agremiação confirmou que se organiza para uma concentração fechada entre os integrantes. Eles se reunirão em um local privado, com a previsão de ainda pular uma noite na comunidade Campina da Alegria.A integrante Maria Elena Dalla Vecchia lamenta a situação e afirma que o bloco deve seguir lutando para reacender a chama do evento no município, ?mantendo os jovens na cidade ao invés de irem para a rua e prestigiar outros lugares?, diz. ?A diretoria do bloco também espera a colaboração e flexão da Polícia Militar. Estamos fazendo isso apenas para nãos sair da cidade, e pretendemos não incomodar ninguém?, completa.Ação socialO consumo de cervejas e refrigerante pelos integrantes ainda terá um propósito social. Os lacres das latinhas serão armazenados e entregues à Apae de Ponte Serrada, que reúne o material para trocá-lo por cadeiras de rodas. Segundo o site da campanha Lacre Amigo, para a troca por uma cadeira são necessárias cem garrafas pet de dois litros cheias de lacres. 6b6338
Mapa divulga marcas e lotes de café torrado impróprios para consumo