A primeira audiência do caso Mariane Telles, a adolescente de 17 anos que foi morta após uma tentativa de estupro em Joaçaba, ocorreu na tarde desta terça-feira, dia 25. O jovem Vagner Fernandes do Nascimento, de 22 anos, foi ouvido pela Justiça. Ele está preso e confessou o crime na época em que foi localizado pela polícia.Durante duas horas e meia, o juiz Márcio Umberto Bragaglia ouviu os depoimentos de cinco testemunhas arroladas: os policiais Juliano Pedrini e Manoel Alberto Silva (Maneco), duas funcionárias do Senai e um perito do IGP, Alexandre Tobolt. ?Mais de 40 pessoas foram ouvidas pela autoridade policial durante o inquérito, mas sabem muito pouco do crime em si, por isso apenas cinco testemunhas?, explicou o promotor Protásio Campos Neto (assista à entrevista ao final da reportagem).Diante do juiz, o jardineiro Vagner Fernandes do Nascimento disse que havia emprestado R$ 500 para a vítima, que além de não pagar o dinheiro estava fazendo ameaças. De acordo com ele, Mariane falou que contrataria um traficante, chamado Índio, para matá-lo, e que acabaria com seu casamento ao falar para sua esposa que tinham um caso. ?Uma história sem pé nem cabeça. A história mais fantasiosa que já ouvi em toda minha carreira?, avaliou Protásio.Segundo Vagner, naquele dia, após discutirem no depósito do Senai sobre a dívida, ele empurrou Mariane para tentar impedi-la de sair da sala. Ela acabou batendo a cabeça e sangrando muito. Depois disso colocou o corpo no carrinho de mão, cobriu com o tapete e levou até o interior de Jaborá. ?A gente sabe que a menina tinha uma índole boa, frequentava igreja, estudava, trabalhava, tinha namorado, e era uma moça de família?, pontuou o promotor ao não acreditar na versão.ProvasPara Protásio, existem provas contundentes que Vagner matou dolosamente e ocultou o cadáver, que as três qualificadoras estão bem caracterizadas, e tudo isso será reado para os jurados. ?E o principal, temos convicção plena que ele praticou o estupro. Não chegou a conjunção, mas praticou atos libidinosos gravíssimos como a manipulação da genitália, tanto é que ela estava com as calças e a calcinha arriada, o que comprova que ele abusou da moça?.?Ele assumiu a autoria e descartou a participação de outra pessoa no crime, possibilidade que ouvimos através da mídia?, ressaltou o promotor, que arriscou um palpite sobre a pena. ?Homicídio triplamente qualificado, estupro consumado e mais o crime de ocultação de cadáver. Minha expectativa de pena gira em torno de 30 anos?.O processo agora vai para a Promotoria de Justiça, depois para o advogado assistente de acusação e para os defensores do réu, que devem apresentar as alegações finais. Após esse procedimento, o juiz vai dar a sentença de pronúncia, que decidirá se o jardineiro vai ou não ser julgado pelo tribunal do júri. O julgamento pode acontecer ainda neste ano, caso não haja recurso.Crime premeditadoO promotor destacou ainda que o jardineiro disse que montou o torniquete (tira com o fio de nylon), com o qual asfixiou Mariane, vendo instruções em um canal de TV fechado. ?Esse é um elemento de que o crime foi premeditado. Isso não se compra em loja, ele pegou dos materiais que usava na roçadeira e montou com as instruções que viu na TV?.Além do torniquete encontrado com o corpo de Mariane, a polícia encontrou outro. ?Ele não soube explicar para o juiz porque fez outro. Os policiais ouvidos sustentam que já existia notícia dando conta que ele tentou beijar outra moça no pátio do Senai. Fica a suspeita: Será que ele não tencionava cometer outro crime semelhante??, questionou Protásio ao qualificar o jardineiro como um maníaco sexual. ?Para o juiz ele disse que se arrependeu, mas não vi uma lágrima em seu rosto, nem um pedido de desculpas para a família. Na minha concepção ele é um criminoso sexual, um estuprador, uma pessoa extremamente perigosa que felizmente está fora de circulação, e se depender da gente, vai ficar muito tempo fora de circulação?, concluiu. 5u4m9
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