"Senti meus braços queimarem", diz uma das sobreviventes do incêndio na boate Kiss durante depoimento 1jl6r

Kelen Leite Ferreira queimou os braços na tragédia e ainda precisou amputar a perna direita 2u7032

Por Redação Oeste Mais 6m5y3i

02/12/2021 08h30 6n1h1b



Kelen fez seu depoimento no primeiro dia de julgamento sobre o caso (Foto: Divulgação)

A Terapeuta Ocupacional Kelen Leite Ferreira estava com um grupo de oito amigos na boate Kiss na noite do incêndio. Segundo o depoimento dela no primeiro dia de júri sobre o caso, a danceteria estava lotada e havia uma longa fila para entrar. A jovem, que na época tinha 19 anos, amputou parte da perna direita em razão da tragédia. Hoje ela usa uma prótese. 275k41

Em seu depoimento, contou ao Juiz Orlando Faccini Neto que, quando o fogo começou, "ninguém avisou nada".

"Só vi uma multidão na minha frente. Achei que fosse briga, só me atinei em correr".

Ela disse que como enxergava pouco em razão da fumaça e também não havia luzes indicativas para auxiliar na saída, caiu, tentou voltar para buscar as amigas (duas morreram), mas seguiu em direção à porta e tombou novamente.

"Senti meus braços queimarem. Achei que fosse morrer ali e pedi a Deus pela minha família".

Kelen foi encaminhada para Porto Alegre, onde ficou 78 dias internada no Hospital de Clínicas. Ficou 15 dias em coma e ou por diversas cirurgias de enxerto de pele, em razão das queimaduras sofridas, e de colocação de prótese. Para tanto, precisou ingressar com ação judicial contra o Estado e o Município de Santa Maria. Ela segue tomando medicação para o pulmão, que é cedida por uma rede de farmácias.

Narrou que era frequentadora da boate, mas nunca viu extintores de incêndio. O banheiro e a saída eram estreitos, na percepção da vítima.

"A gente ia lá achando que estava seguro". Ela acredita também que quem não conhecia o local teria dificuldades para sair de lá.

Disse que a Banda Gurizada Fandangueira havia feito show dias antes na boate Absinto, que seria de propriedade do réu Mauro Hoffmann, e que utilizaram na ocasião artefato pirotécnico. Também declarou que era comum o uso desse material na Kiss, inclusive pela mesma banda.

As defesas dos quatro réus não fizeram perguntas à vítima. O primeiro dia de júri do caso Kiss se encerrou às 22h10 e retornará nesta quinta-feira, dia 2.

Confira a entrevista de Kelen e de outras vítimas do incêndio da boate Kiss ao Oeste Mais:

■ História de sobreviventes e de mãe de uma das vítimas do incêndio na Kiss

■ A história não contada da Boate Kiss


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