A investigação da Polícia Federal (PF) sobre a tentativa de golpe de Estado em 2022 identificou a participação do juiz federal Sandro Nunes Vieira no relatório produzido pelo Instituto Voto Legal (IVL), que fez ataques às urnas eletrônicas a pedido do PL. O juiz não foi indiciado pela PF no caso, mas é citado no inquérito com mais de 800 páginas divulgado nesta semana. 4n2n6p
Natural de Fraiburgo, no Meio-Oeste catarinense, Vieira trabalha no Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), mas entre 2019 e 2022 atuou na Assessoria de Gestão da Identificação do Gabinete da Secretaria-Geral da Presidência do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Nas eleições de 2020 ele foi um dos integrantes do Programa de Enfrentamento à Desinformação da Corte.
O magistrado é citado em um diálogo em 16 de novembro de 2022, entre o coronel Marcelo Câmara, ex-assessor de Jair Bolsonaro (PL), e o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente. Câmara diz para Cid que precisa da versão final do relatório com os adendos acolhidos por Carlos Rocha, presidente do IVL. A solicitação seria de Vieira.
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Três dias depois, o coronel envia para o ajudante de ordens um arquivo com o título “nota juiz Sandro Vieira Nunes”. O juiz ainda teria solicitado para que seu nome não fosse citado em nenhum momento pelo presidente do PL, Valdemar Costa Neto.
De acordo com o relatório da PF, o juiz teria atuado "de forma ilegal e clandestina" ao assessorar o PL na elaboração de um documento com acusações infundadas contra as urnas eletrônicas. O documento foi utilizado em uma representação ao TSE para contestar os resultados do 2º turno das eleições de 2022, no qual Jair Bolsonaro foi derrotado. O partido não questionou os resultados do 1º turno, em que elegeu a maior bancada da Câmara dos Deputados.
Juiz é investigado e afastado do cargo
O Supremo Tribunal Federal (STF) e o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) investigam a conduta do juiz federal, que foi afastado do cargo de forma cautelar (provisória) por determinação do corregedor nacional de Justiça, ministro Mauro Campbell Marques, na noite desta quinta-feira, dia 28. O Tribunal Regional Federal da 4º Região (TRF-4) não comentou o caso.
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