Filme que lidera Top 10 da Netflix relembra história do acidente aéreo que fez sobreviventes comerem carne humana 164b5z

Sobreviventes da queda do avião em 1972, na Cordilheira dos Andes, aram 72 dias presos na nevasca. 4e2r4t

Por Redação Oeste Mais 6m5y3i

09/01/2024 13h59 - Atualizado em 09/01/2024 14h07 5t3j5h



Sobreviventes no local da queda do avião em 1972 (Foto: Reprodução)

No dia 13 de outubro de 1972, um avião fretado, com 45 pessoas, partiu de Montevideo, no Uruguai, rumo a Santiago, no Chile, levando 19 integrantes do time de rugby Old Christians Club, juntamente com amigos, parentes e cinco membros da tripulação. Durante o trajeto, a aeronave se chocou contra as Cordilheiras dos Andes e caiu nas montanhas andinas. 436s5r

O impacto dramático destruiu o avião e vários morreram instantaneamente. Outros sobreviveram durante os 72 dias que aram no Vale das Lágrimas, a mais de 3 mil metros de altura.

“O que aconteceu conosco nos Andes é um absurdo”, disse Roberto Canessa, um dos 16 sobreviventes, que enfrentou temperaturas abaixo de zero, duas avalanches, escalou os Andes e comeu carne humana para sobreviver.

Destroços do avião que caiu na Cordilheira dos Andes (Foto: Reprodução)

Uma história para nunca esquecer

A tragédia nos Andes voltou às telas com filme “A Sociedade da Neve”, da Netflix, que estreou em dezembro em algumas salas de cinema de vários países e ficou disponível na plataforma de streaming no 4 de janeiro. Hoje, o longa se encontra em 1º lugar no Top 10 do catálogo dos mais assistidos.

Nas últimas décadas, o episódio foi recontado em diferentes produções audiovisuais e literárias. Em 1993, o filme "Vivos", com o astro Ethan Hawke no elenco, alcançou milhões de espectadores no mundo todo.

Agora, ganha uma nova versão dirigida pelo espanhol JA Bayona, ('Jurassic World: Reino Ameaçado' e 'O Impossível'), A Sociedade da Neve centra-se na odisseia pela qual aram os jovens membros de uma equipa amadora de rugby uruguaia quando o avião em que viajavam para o Chile caiu em a Cordilheira dos Andes, nos anos 70.

Filme contando a história do acidente aéreo é o mais assistido da Netflix (Foto: Divulgação)

O filme, apresentado no encerramento do festival de Veneza, entrou na short list dos indicados ao Oscar de Melhor Filme Internacional representando a Espanha. Também é semifinalista nas categorias efeitos visuais, maquiagem e trilha sonora.

O título e a história vêm do livro homônimo do uruguaio Pablo Vierci, que se encarregou de coletar os depoimentos dos membros da “sociedade da neve”.

Para Canessa, o nome representa um pacto que nasce quando a vida desafia, “quando a sociedade civilizada te deixa de lado. Quando você tem um time de rugby, você pega um avião para o Chile para jogar. E de repente você está num acidente de avião (...) E claro que o ser humano pensa imediatamente que vão vir resgatá-lo. Mas os dias começam a ar”, lembrou.

“Você tem que fazer sua própria água, tem que comer os mortos porque senão você vai morrer. Os mortos estão aí, ao seu lado. Você começa a ver a morte de outra pessoa, não com tristeza por ela, mas com tristeza por si mesmo, porque você está como se estivesse em uma lista de espera”, disse ele.

Sobreviventes de tragédia nos Andes retornaram à montanha onde acidente aconteceu (Foto: Arquivo pessoal)

Sobrevivendo na neve

A aeronave Fairchild FH-227D cruzava a Cordilheira dos Andes quando, devido a uma combinação de condições atmosféricas difíceis e erros de pilotagem, caiu em uma montanha coberta de neve, numa área remota da Argentina. 

Depois da queda, a aeronave ficou encravada na neve numa montanha a 3,5 mil metros de altitude, na província argentina de Mendoza, perto da fronteira com o Chile. Era um ambiente hostil e sem nenhum sinal de civilização por perto. Além dos 11 mortos na colisão, outras pessoas faleceram nas horas seguintes, devido às baixas temperaturas ou à gravidade de seus ferimentos.

Ao longo de 72 dias, dezenas de sobreviventes, abrigados no que restou da aeronave, ariam por uma série de provações, como fome, frio intenso e angústia. Eventualmente, para não morrer de inanição, recorreram ao canibalismo, alimentando-se da carne dos amigos mortos.

Os sobreviventes usaram poltronas, malas de viagem e roupas para tapar a fuselagem aberta e tentar manter o frio do lado de fora. Eles se aglomeraram num espaço pequeno dentro do avião, mas, ainda assim, as temperaturas eram extremas.

O maior problema era a falta de alimento. Não havia vegetação nem animais por perto. Alguns tentaram comer até mesmo o algodão das poltronas, mas ficaram doentes. Desesperados, os ageiros perdidos na neve resolveram, então, comer a carne dos amigos mortos.

Os corpos preservados sobre a neve e o gelo, continham a proteína necessária para manter os outros vivos. "Por muito tempo, a gente agonizou. Eu fui lá fora na neve e rezei para Deus pedindo orientação. Sem o consentimento Dele, eu sentia que estava violando a memória dos meus amigos ou que estaria roubando as almas deles", contou Canessa.

Com informações do O Globo t63z


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