Olá meu bem, tudo bem? a2bm
Andei sumida, porque precisei de um tempo pra me reorganizar, estudar e poder voltar a escrever para vocês com a frequência que eu quero. Dito isso, chega de falar de mim e vamos ao que interessa. Você já ouviu falar na lista “The World’s 50 Best Restaurants” (Os 50 melhores restaurantes do mundo)? Não? Então deixa eu te contar!
A revista britânica Restaurant foi fundada em 2001, voltada para chefs, proprietários de restaurantes e outros profissionais da gastronomia, mas ficou famosa pela sua lista anual em que ranqueia os 50 melhores restaurantes do mundo.
Nossa, Samara, mas o Guia Michelin que você explicou aqui, se você perdeu clica aqui e vai lá ver, já não faz isso?
Então, faz mais ou menos. A forma como os restaurantes são avaliados são bem parecidas, mas o Guia Michelin não é bem um ranking de restaurantes como acontece o 50’s Best. Por muito tempo essa lista anual era composta somente, como o nome mesmo diz, os 50 melhores restaurantes do mundo. Só que o mundo é grande demais e como em um ano você viaja o mundo inteiro para comer em restaurantes e julgá-los? Então era muito comum que a maioria dos restaurantes estivessem na Europa, fossem restaurantes precursores da cozinha molecular e que esses restaurantes mantivessem por alguns anos em suas posições. Só que essa situação gera um desinteresse na publicação, porque se a lista é sempre mais ou menos a mesma, pra que perder meu tempo e dinheiro todo ano pra comprar a publicação?
Aí que vêm algumas novidades.
Agora a América Latina tem uma lista exclusiva para seus restaurantes, o que gera muita visibilidade para nossa cozinha. O brasileiro mais bem ranqueado nessa lista é a Casa do Porco do Chef Jefferson Rueda, que fica no Centro de São Paulo. Com essa nova lista se abriu a possibilidade de maior variedade, mas não foi só isso que mudou. Em 2019 foi criada a categoria “Best of the Best” que são restaurantes que não são mais elegíveis para a lista, por já terem chegado ao topo da mesma. Obrigando assim que novos nomes apareçam com maior frequência na lista.
Mas como funciona essa votação?
O júri é composto, hoje, por 1.040 especialistas do mercado gastronômico do mundo. Divide-se o mundo em 26 regiões e cada região tem 40 especialistas responsáveis. Dentro desse corpo de júri temos 34% de chefs, 33% de jornalistas e 33% de gastrônomos, mas somente em 2019 tivemos a equidade de gêneros dos votantes, ou seja, 520 jurados e 520 juradas. Cada jurado vota em dez restaurantes por ordem de preferência, sendo que quatro desses devem ser de regiões diferentes daquela que o jurado é responsável. Esses jurados não podem se identificar e precisam ter visitado o restaurante num período de 18 meses antes da publicação.
Além da lista de 50 melhores, existem os prêmios de melhor confeiteiro ou confeiteira do mundo, melhor chef, escolha dos chefs (o melhor chef votado pelos chefs responsáveis dos 50 melhores restaurantes da lista), restaurante para prestar atenção, entrada mais alta (restaurante novato na lista com a melhor posição), arte da hospitalidade (melhor serviço e atendimento), restaurante mais sustentável e restaurante que ganhou mais posições.
Lembrando que nesse tipo de lista, obviamente a qualidade importa, mas existe muito lobby por trás. Muitos chefs pagam viagens para jurados conhecerem seus restaurantes e isso não é contra nenhuma regra para se entrar nessa lista, pelo contrário, é uma prática bem comum.
Agora me conta aqui nos comentários se ficou alguma dúvida ou se você quer que eu fale sobre algum assunto específico que você tem curiosidade.
Um beijinho e, se puder fique em casa, se sair use máscara e até semana que vem! ;)
27 anos e carioca. Gastrônoma de formação, mas confeiteira por amor. Trabalhou em vários eventos de confeitaria pelo país e com chefs internacionalmente reconhecidos. Está aqui para falar de gastronomia e alimentação de forma simples e descomplicada.
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