Escrevo esta mensagem como conforto a tantas mães e pais que perdem seus filhos por acidentes de trânsito ou outras mortes repentinas. 43k9
"E uma mulher que trazia ao colo uma criança, pediu: ‘Fala-nos das crianças’. E ele disse: Vossos filhos não são vossos filhos, são filhos e filhas da saudade que a vida sente de si mesma. Vêm por meio de vós, mas não de vós, e ainda que estejam convosco, não vos pertencem. Podeis dar-lhes o vosso amor, não o vosso pensamento, pois eles têm o seu próprio pensar."
Podeis dar agasalho aos seus corpos, não, porém às suas almas, porque as suas almas se vão acolher-se em um amanhã que não podeis visitar nem mesmo em sonhos. Podeis desejar ser como eles, mas não tentar fazê-los parecidos convosco. “Porque a vida não retrocede nem se detém no dia de ontem” (Kahlil Gibran).
A saudade é uma dádiva de Deus porque permite que lembremos de quem amamos e de quem partiu, e fez diferença em nossas vidas. O ser humano é único entre os animais que possui este privilégio de poder lembrar pela vida inteira de alguém que ama. A saudade também nos ajuda a nos transformar e evoluir, pois tudo do que temos em nossa vida é porque saiu do contato com alguém, e as pessoas que am por nós podem deixar um rastro de amor maior. Somos instrumento da continuidade da vida e da lembrança deste amor.
A dor da perda de alguém que amamos é como se estivesse saindo algo de dentro de quem o perde. Mas como disse Kahlil, na citação acima: “São filhos e filhas da saudade, vossos filhos não são vossos filhos”.
Os pais são apenas os progenitores da dádiva de Deus e os filhos vão estar com os pais até que a vida decida separá-los. Somos criaturas de Deus, e a decisão do tempo em que permanecemos aqui depende da vontade e os cuidados de cada um, e a qualquer momento vamos retornar ao nosso verdadeiro Pai.
Como enfatiza a escritora Lya Luft: “A tragédia faz emergir forças insuspeitadas em algumas pessoas. Por mais devorador que seja o sofrimento, esta força faz renascer uma nova visão para a vida”.
Sob o golpe de uma notícia fatal da morte de um filho ou de alguém que amamos, ao sabermos que perdemos uma pessoa amada, a gente bate a cabeça contra a parede alta e fria, morre-se um pouco junto, parece que tudo acabou ali, só que toda a perda traz mudanças de hábitos. A dor de uma perda é uma cruz que, por vezes, pode ser um sinal de alerta para que nos preparemos para a salvação. “Se quiseres encontrar o Cristo sem carregar alguma cruz, poderás encontrar a cruz sem Ele”.
Que bom que podemos ressurgir com a morte, ela é a agem para a plenitude da vida em Deus. Um dia todos devemos partir, e que bom que a saudade fica, ela vai ajudar a lembrar até este dia do filho que foi um pouco antes dos pais.
Mães, não chorem pelo filho que foi, chorem por vocês e pelos que ficaram que ainda têm que lutar pela vida. “São filhos e filhas da saudade que a vida sente de si mesma, vossos filhos não são vossos filhos, são filhos de DEUS”. “Porque a vida não retrocede nem se detém no dia de ontem”, porém, com Deus é possível nos encontrarmos de novo”.
Até a próxima!
Formado em empreendedorismo, escritor de vários livros e um dos mais renomados palestrantes do Sul do Brasil. Atuante na área desde 2005.