A delegada da Polícia Civil de Santa Catarina, Eliane Chaves, titular da Delegacia de Proteção à Criança, ao Adolescente, à Mulher e ao Idoso (DPCAMI) de Araranguá, no Sul do estado, participou recentemente de um curso sobre combate ao tráfico humano e exploração infantil, promovido pela International Law Enforcement Academy (Ilea), uma das principais academias do mundo que se dedica a aplicação de leis e combate ao crime transnacional. O curso foi realizado na Escola de Polícia, em Gaborone, capital de Botswana, no continente Africano. 4t6s5g
Além dos golpes financeiros, um dos crimes que mais cresce no mundo é o tráfico de pessoas e exploração infantil pela internet. Mas apesar do crescente uso negativo da internet, a tecnologia também é usada para identificar vítimas e apoiar investigações e processos policiais.
“Tráfico humano ou tráfico de pessoas não consiste apenas em movimentos de atravessar fronteiras, mas caracteriza-se pelo recrutamento, transporte, transferência, alojamento ou acolhimento de pessoas, recorrendo à ameaça ou uso da força ou outras formas de coação [...] é um ato de comercialização, escravização, exploração, privação de vidas, ou seja, é uma forma de violação dos direitos humanos. Normalmente, as vítimas são obrigadas a realizar trabalhos forçados sem qualquer tipo de remuneração – prostituição, serviços braçais, domésticos, em pequenas fábricas, entre outros –, além de algumas delas terem órgãos removidos e comercializados. Essa exploração pode ser feita, inclusive, pelo meio virtual”, destacou a delegada.
Divulgação de imagens
Eliane citou casos relativamente comuns, principalmente envolvendo mulheres, adolescentes e crianças. Um exemplo é quando a vítima é abordada e recrutada em mídias sociais ou plataformas onde as informações pessoais e localização estão disponíveis. O criminoso se aproxima ganha confiança da vítima, começa a manter um relacionamento virtual, convence a vítima a enviar imagens nuas e só então se revela.
Com o material, o golpista a a fazer ameaças para não divulgar as imagens para familiares, caso novas imagens não sejam enviadas. O material é todo comercializado em diversas plataformas para cliente do mundo inteiro. “Estudamos alguns casos reais, entre eles um que ocorreu no Canadá em que a vítima, adolescente, acabou tirando a própria vida”, disse a delegada.
Eliane relembrou sobre o sequestro recente de uma criança em Palhoça. Um casal se aproximou de uma família e ou a oferecer doações de alimentos. Eles diziam à mãe da menina que eram professores e queriam levar a criança para ear. Como a mãe não cedeu, eles invadiram a casa, agrediram a mulher e levaram a criança.
A Polícia Civil conseguir resgatar a menina 48 horas após o sequestro e devolvê-la à família. Outras cinco pessoas procuraram a polícia para contar que haviam sido abordados pelo mesmo casal. Com materiais apreendidos na casa onde a criança estava, havia objetos e indícios de que imagens dela poderiam ser usadas para exploração de pornografia infantil.
Além da delegada Eliane Chaves, da PCSC, mais três brasileiros participaram do curso, sendo um delegado da polícia federal – especializado no combate à pornografia infantil, e um auditor do Ministério do Trabalho – especializado em trabalho escravo e um tenente-coronel.
Para participar do curso, o candidato a por seleção realizada pela Embaixada dos Estados Unidos, que inclui além da avaliação curricular, a atuação do profissional e análise de casos já trabalhados.
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