Samara foi morta com pelo menos cinco tiros (Foto: Divulgação)

O homem que assassinou a tiros a ex-companheira Samara Greiner da Silva, de 25 anos, em um apartamento no bairro Vila Real, em Chapecó, teria cometido o crime motivado por ciúmes e por não aceitar o fim do relacionamento, informou a Polícia Civil em uma coletiva de imprensa nesta segunda-feira, dia 24. 2p2w2j

A vítima foi morta dentro do imóvel onde morava com a irmã e as duas sobrinhas, de 3 e 10 anos. No momento do crime, no entanto, Samara estava sozinha com as crianças no imóvel.

O autor, de 29 anos, foi preso nesta segunda-feira, dia 24, em uma propriedade no interior de Xanxerê. Ele possui diversas agens policiais, incluindo ameaça, descumprimento de ordem judicial, falsa identidade, apropriação indébita, furto e posse ilegal de arma de fogo. O homem foi submetido a exames e aguarda a realização da audiência de custódia.

Samara era natural de Xanxerê e deixou um filho de 10 anos.

O crime

Samara foi morta com pelo menos cinco tiros na noite do último sábado, dia 22. A Polícia Militar foi acionada por vizinhos que relataram ter ouvido disparos de arma de fogo vindos do apartamento da vítima.

Ao chegarem ao local, os policiais encontraram a jovem sem vida, com um tiro no rosto e os demais na região do peito. As sobrinhas de Samara foram encontradas trancadas dentro de um quarto e ficaram sob os cuidados do pai biológico da mais velha.

Drogas e arma de fogo foram apreendidas na casa da mãe do suspeito (Foto: Polícia Civil)

Relacionamento entre vítima e agressor

De acordo com as investigações da Polícia Civil, Samara manteve um relacionamento de aproximadamente três anos com o autor do crime e decidiu encerrá-lo no dia 4 de fevereiro. Inconformado com o término, o homem ou a ameaçá-la através de mensagens, dizendo que divulgaria vídeos íntimos dela, o que levou Samara a registrar um boletim de ocorrência e solicitar uma medida protetiva de urgência.

A ordem judicial proibindo o agressor de se aproximar da vítima foi expedida no dia 18 de fevereiro. Ciente da ameaça, Samara chegou a alertar os vizinhos por meio de um grupo do condomínio, pedindo que a avisassem caso ele tentasse entrar no prédio.

No entanto, na noite do crime, o agressor invadiu o apartamento da vítima escalando pela parte externa do edifício e pelo toldo de proteção do portão de entrada. Após conseguir o ao imóvel, ele sequestrou as sobrinhas de Samara, trancando-as em um quarto e tomando seus celulares. Em seguida, obrigou as crianças a enviar mensagens para Samara, fazendo-a acreditar que uma delas precisava de ajuda.

Ao receber a mensagem, às 22h42, Samara retornou imediatamente ao apartamento. Assim que entrou no imóvel, foi surpreendida pelo agressor. O homem sacou uma arma e efetuou vários disparos contra ela.

"Os elementos de prova obtidos demonstram que dentre o ingresso da vítima no prédio e a fuga do autor, ou-se pouco mais de um minuto, o que evidencia que ela foi pega absolutamente de surpresa, de forma extremamente covarde, mediante emboscada", disse a Polícia Civil.

Homem escalou as paredes até chegar na janela do apartamento da vítima (Foto: Polícia Civil)

Captura e confissão

O agressor foi capturado por volta do meio-dia desta segunda-feira, dia 24, com apoio do helicóptero do Saer, na Linha Perau das Flores, no interior de Xanxerê. Ele estava escondido na propriedade de um tio.

Na casa, a polícia encontrou munições e o homem confessou que a arma de fogo estava na residência da mãe, onde posteriormente foi localizada dentro de uma fossa. Além da arma, os agentes apreenderam um pacote de drogas boiando no local.

Durante o depoimento, ele afirmou ter cometido o crime por ciúmes e por suspeitar que Samara o estava traindo.

“O crime foi, muito provavelmente, o mais grave, cruel e violento praticado em Chapecó ao longo do ano de 2025”, afirmou o delegado Deonir Moreira, titular da Delegacia de Homicídios de Chapecó. Ele destacou ainda que este é o primeiro feminicídio consumado no município neste ano.

Além da vítima, o autor também era natural de Xanxerê, informou a Polícia Civil. As autoridades ainda aguardam a finalização do laudo da necropsia para confirmar o número total de disparos feitos contra a mulher e finalizar o inquérito.