É através da relação sexual que a sífilis é contraída. A doença, se não tratada de forma adequada, pode inclusive provocar a morte. Em mulheres grávidas o bebê corre sérios riscos quando o tratamento é descuidado. Uma criança no ventre da mãe chegou a morrer no ano ado em Ponte Serrada, evidenciando os perigos da doença. 2m4z33
O médico Flavio Filappi é especialista em ginecologia e obstetrícia. Responsável pelo pré-natal das mulheres na rede pública de saúde em Ponte Serrada, ele conta que o óbito da criança ocorreu quase no final da gestação. “Ela fazia (o pré-natal) em outra cidade e não tinha sido feito o diagnóstico. Quando nós avaliamos ela, (a sífilis) já estava numa faze mais adiantada, tinha acometido o bebê, que foi a óbito no final da gestação”, lembra.
Além do caso fatal, outros cinco foram registrados na rede pública do município ao longo do ano anterior, mas pela identificação cedo, o tratamento foi bem-sucedido. “Nós temos procurado fazer a rotina toda de exames. E Ponte Serrada tem se destacado entre os municípios da Amai como o que melhor tem feito esse acompanhamento das duas rotinas de exames que se fazem na gestação”, conta o médico.
Apesar de acometer mulheres e homens, Filappi alerta que a sífilis é mais perigosa em gestantes pela agressividade da bactéria ao feto. “A sífilis é uma doença grave porque, até 18 semanas, a bactéria não atravessa a barreira placentária. Se a mãe faz o pré-natal desde o início, vai ter o diagnóstico e fazer o tratamento. O problema é quando ela não faz o pré-natal. E depois de 18 semanas, a bactéria ultraa a placenta e começa a causar más formações na criança. As principais são más formações do cérebro, ossos e cardíaca. Muitas dessas más formações terminam com o óbito da criança ainda na barriga da mãe”, alerta o especialista.
Fases da doença
A sífilis tem três fases: primária, secundária e terciária, atingindo pessoas do sexo feminino e masculino. “Na primária aparecem lesões no pênis, região da vulva e entrada da vagina. O problema é que, ados uns 15 dias, essas lesões somem espontaneamente, e aí as pessoas acham que aquilo foi só uma inflamaçãozinha e nem procuram o médico. Mas essas bactérias param de provocar sintomas, que só vão voltar a se manifestar em três meses ou até dois anos depois, que é a sífilis secundária, aparecendo lesões nas pernas, rosto, tórax, mãos, dando um pouco de coceira e dor. ado disso, também o organismo reage e as lesões desaparecem. A sífilis terciária é a mais grave porque vai atingir o cérebro, coração e ossos da pessoa adulta, mesmo ela não estando grávida”, alerta Filappi.
Aumento dos casos
No ano ado, segundo o médico, houve no Brasil um crescimento de 340% dos casos de sífilis em relação ao ano anterior. “O Brasil não estava preparado para esse aumento significativo, e por sua vez não tinha a penicilina benzatina, que é o medicamento que se usa para o tratamento. O que aconteceu é que muitas grávidas, mesmo diagnosticadas, não tinham as injeções disponíveis nem para comprar e nem pelo Ministério da Saúde”, recorda o médico, ressaltando não ter sido esse o motivo do óbito em Ponte Serrada.
Importância do pré-natal
Já dito que a sífilis é muito mais perigosa quando contraída por grávidas, o pré-natal ganha ainda mais importância para a saúde da mãe e do filho. “Quanto mais exames, melhor o diagnóstico. Melhor o diagnóstico, melhor o tratamento”, reforça Filappi, revelando que a maioria das mulheres identificadas com a doença é adolescente. “Na adolescência é a fase que menos se usa preservativo. Então a pessoa não tem consciência de que aquilo está lhe prevenindo de uma doença. Às vezes acha que o anticoncepcional que está usando também está lhe prevenindo, mas o anticoncepcional previne uma gestação, não a transmissão de uma doença”, orienta.
Prevenção
O especialista frisa que a única maneira de contrair sífilis é através da relação sexual. Outras formas, segundo ele, são lendas. “Não existe essa transmissão de que eu sentei no banheiro, na praça, numa cadeira, piscina e ou essa bactéria. Ela é através da relação sexual. O uso do preservativo é a melhor forma da pessoa se prevenir”, aconselha, indicando ainda a orientação médica ao sinal de qualquer anormalidade. “Nunca é normal a presença de lesões na região do pênis ou vagina. Se apareceu algo dessa natureza, tem que procurar o médico no posto de saúde. O que não pode é achar que lesões dessa natureza são normais”, finaliza Filappi.
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