O volume de casos de sífilis na região preocupa o Hospital Regional São Paulo (HRSP) de Xanxerê. Os diagnósticos da doença cresceram de forma preocupante nos últimos tempos, o que levou a entidade a tratar o assunto em uma palestra com médicos e enfermeiros das unidades de saúde dos municípios que integram a Associação dos Municípios do Alto Irani (Amai). q732w
Os profissionais acompanham o pré-natal de grande parte das gestantes atendidas no HRSP. Uma ideia do avanço da sífilis congênita está em um levantamento de partos realizados na unidade, apontando que em 2015 foram notificados 11 casos da doença. Um ano depois o número subiu para 27. Já neste ano, em menos de três meses, foram notificados 11 casos.
Com base nos dados, o HRSP propôs à Regional de Saúde um evento para que os médicos e enfermeiros das unidades básicas de saúde da região da Amai recebessem uma capacitação sobre sífilis, a fim de propor melhorias no atendimento, principalmente da gestante com sífilis e do parceiro.
Óbitos
Conforme a enfermeira supervisora do Núcleo Interno de Vigilância Epidemiológica, Maiara Tosatti, em 2016 houve um aumento significativo das notificações de sífilis. “Durante as reuniões do Comitê de Investigação de Óbito, que é realizado juntamente com a enfermeira da Regional da Saúde, o médico da Unidade de Saúde e a Vigilância Epidemiológica de Xanxerê, foram verificados alguns óbitos fetais que tiveram como causa a sífilis. Os médicos do hospital também vieram nos trazer as suas angustias e preocupações sobre a doença”, relata.
A enfermeira diz que a palestra realizada recentemente procurou expor a realidade da epidemia no atendimento hospitalar, “bem como alertar sobre os cuidados que devem ser redobrados no atendimento da ponta, além de refletir sobre possíveis mudanças que a atenção básica pode fazer para diminuir este ciclo da doença”. O evento aconteceu no auditório do HRSP.
Realidade no Brasil
Os índices registrados pelo HRSP refletem um problema que ocorre em todo o país, já que a doença avançou de forma nunca antes vista. A taxa de bebês com sífilis congênita no Brasil foi de 6,5 casos a cada mil nascidos vivos em 2015, número 13 vezes mais do que o tolerado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e 170% maior do que o registrado em 2010.
A OMS estima que cerca de 900 mil grávidas sejam infectadas com a sífilis a cada ano, resultando em 350 mil nascimentos com problemas, segundo dados de 2012. O Ministério da Saúde aponta que entre 2010 e 2016 foram notificados quase 230 mil casos novos da doença. A transmissão de gestantes para bebês, chamada de sífilis congênita, é atualmente o principal problema.
A doença
Sífilis é uma doença infecciosa sexualmente transmissível causada por uma bactéria. Se não tratada, pode atingir o cérebro e o coração, levando o paciente à morte. Na sífilis congênita, os bebês podem sofrer malformações no sistema nervoso, perder a visão ou a audição e até mesmo morrer.
A doença tem três estágios. No primeiro, cerca de três semanas após o contágio, pode aparecer uma ferida chamada “cancro duro” na parte do corpo exposta à bactéria, normalmente o pênis, a vagina, o ânus ou a boca. A ferida não causa dor, por esse motivo em muitos casos o paciente não dá atenção ao fato.
No segundo estágio, alguns pacientes apresentam manchas vermelhas nos pés e mãos. Dor de cabeça e muscular, além de febre e falta de apetite. O terceiro estágio, e mais grave, surge anos após a infecção e pode causar lesões maiores na pele, boca e nariz; problemas em órgãos internos e outros sintomas.
O tratamento em todos os estágios é feito à base de antibióticos, como a penicilina. O uso de preservativos durante as relações sexuais é a única maneira de prevenir a doença.
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