Estudo estima que até 2024, mulheres serão a maioria dos profissionais de medicina no Brasil 1231f

Mesmo com avanço, público feminino ainda recebe menos que os homens r568

Por Redação Oeste Mais 6m5y3i

13/03/2023 17h12 6l4g2r



Nos últimos onze anos, o número de mulheres médicas quase dobrou no Brasil. Em 2011, a categoria contava com 141 mil profissionais do sexo feminino, número que ou para 260 mil em 2022. Os dados são do estudo Demografia Médica no Brasil 2023 e revelam, ainda, que até o próximo ano, as mulheres serão maioria entre os médicos do país, com percentual equivalente a cerca de 50,2% da categoria. 236t5u

De acordo com a pesquisa, o fenômeno já vinha sendo observado desde 2009, junto aos egressos da graduação e os novos registros em Conselhos Regionais de Medicina (CRMs). A perspectiva é continuar nos próximos anos, com previsão, segundo o estudo, que entre 2023 e 2035 ocorra um crescimento previsto de 118% de mulheres médicas, enquanto, entre os homens, o aumento será de 62%.

Os dados representam um avanço importante, alcançado graças ao esforço de milhares de profissionais que lutam, diariamente, para conquistar posições antes mais restritas ao sexo masculino. O próprio Ministério da Saúde, criado em 1953, tem, na nova gestão pela primeira vez, uma mulher no comando da pasta, a cientista e pesquisadora Nísia Trindade.

Renda

Apesar do avanço da representatividade médica, a distribuição de renda ainda é desigual. A pesquisa Demografia Médica revelou que as médicas brasileiras chegam a ter um rendimento médio anual 36,3% inferior aos homens, conforme dados das declarações prestadas à Receita Federal no ano-base de 2020.

Conforme esse “raio-x”, a diferença financeira apontada na declaração do Imposto de Renda ainda pode ter sido agravada pela composição com outras fontes de renda, apresentadas predominantemente pelos homens, o que pode estar relacionado a questões estruturais, como os obstáculos que as mulheres enfrentam para ingressar, permanecer no mercado de trabalho e ainda adquirir outras fontes de lucro.

Especialidades e gênero

A pesquisa ainda avaliou o percentual de homens e mulheres em cada especialidade médica. O primeiro ponto é que os homens são maioria em 36 das 55 especialidades reconhecidas pela Comissão Mista de Especialidades, enquanto as mulheres predominam em 19 delas.

Em urologia, ortopedia e traumatologia, e neurocirurgia, por exemplo, os homens representam mais de 90% entre os especialistas, ou seja, o equivalente a 33, 12 e 9 médicos para cada médica, respectivamente, em cada especialidade. As mulheres são minorias também em todas as especialidades cirúrgicas, como cirurgia geral, em que correspondem menos de 25% do total de especialistas.

O setor com maior representatividade feminina é a dermatologia, com 77,9% de mulheres. Outras especialidades com grande proporção são pediatria (75,6%), alergia e imunologia, e endocrinologia e metabologia, ambas com 72,1%. Ginecologia e obstetrícia, geriatria, hematologia e hemoterapia e genética médica tem, pelo menos, 60% de representatividade das mulheres.

Enquanto isso, nutrologia, medicina física e reabilitação, assim como gastroenterologia, estão proporcionalmente equilibradas entre os sexos masculino e feminino.


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