Entenda o que é a demência frontotemporal, diagnóstico do ator Bruce Willis 704w3g

Doença possui semelhanças com o Alzheimer, porém, com diferenças significativas e pode afetar diferentes funções cognitivas 41141l

Por Redação Oeste Mais 6m5y3i

17/04/2023 18h10 1p184p



Recentemente, a família do consagrado ator norte-americano Bruce Willis divulgou que ele foi criado com a representação frontotemporal . Em março de 2022, ele já havia anunciado a aposentadoria da atuação por conter um distúrbio de fala denominado afasia que o impedia de se comunicar com a transmissão. 4te1p

Em comunicado, a família do ator explicou que os problemas com a fala eram apenas alguns dos sintomas que ele estava enfrentando e afirmou que era um alívio ter um diagnóstico claro sobre sua doença após tanto tempo.

O neurologista Tiago Sowmy explica que a monitoração frontotemporal, assim como a doença de Alzheimer, são crônicas neurológicas degenerativas, que se instalam ao longo de um período de tempo que pode abranger de meses a anos.

“Ambas são doenças que sofreram a cognição do indivíduo, o que pode prejudicar aspectos como a memória, linguagem (com leitura, escrita e fala), otimização do comportamento social, auto-organização, funções executivas e em alguns casos a perda da capacidade de reconhecimento de faces e de objetos”, detalha ele.

Porém, a consideração frontotemporal é diferente do Alzheimer em relação à sua apresentação clínica e à sua fisiopatologia. Segundo o médico, é uma doença multifacetada e pode se apresentar de várias formas, com sintomas que podem ser mais comportamentais (variante comportamental da aparência) ou mais relacionados à linguagem (afasia progressiva primária), em que ocorre dificuldades para falar, escrever e compreender pedidos simples ou complexos advindos de outras pessoas.

 “No início, ambos podem se apresentar de maneira próxima. O paciente pode apresentar alguma dificuldade cognitiva sem grande repercussão, pois a doença ainda não se desenvolveu para que o diagnóstico fique mais preciso. Não é incomum que apenas durante o curso da patologia, de sua evolução clínica e da investigação laboratorial que fique discriminada qual o tipo de frontal apresentado pelo paciente”, explica o especialista.

Os sintomas da frontotemporal são alteração do comportamento e de personalidade e, com o decorrer do tempo, podem surgir distúrbios cognitivos. Os psicólogos comportamentais se iniciam com um quadro de desinibição, apatia ou falta de engajamento nas atividades comportamentais, evoluindo para um comportamento de impulsividade e comportamento antissociais, inclusive com episódios de agressividade.

“Não é incomum percebermos uma dificuldade para a realização de juízos de valor, ou seja, de julgamentos ou ainda uma inflexibilidade nas atitudes ou ações. É muito comum que o próprio paciente não tenha consciência da doença e dos sintomas que apresenta (anosognosia)”, destaca o médico. A tendência é que, por ser uma doença degenerativa progressiva, os sintomas se agravem ao longo do tempo, tornando a convivência e os cuidados ainda mais complexos, o que afeta a vida dos familiares e dos cuidadores.

Os sintomas da doença costumam começar com maior frequência na faixa dos 50 e dos 60 anos, como foi o caso de Bruce Willis, sendo que 10% dos casos se dão acima dos 70 anos. Tiago Sowmy acrescenta que cerca de 40% dos pacientes tiveram antecedentes familiares, com alguns tipos de exames genéticos.

Bruce Willis foi diagnosticado com demência (Foto: Divulgação)

diagnóstico

Tiago indica que o primeiro o para identificar a doença é a realização de uma investigação ampla que afaste outras patologias que possam explicar os sintomas. Entre os exemplos, ele aponta, estão casos de neurosífilis, doenças hepáticas, doenças metabólicas associadas à disfunção tireoidiana, depressão, transtorno bipolar e até mesmo o uso de drogas e medicações que possam simular os sintomas.

“Após essas doenças serem descartadas, o médico responsável poderá realizar um diagnóstico clínico apoiado por exames de imagem que podem mostrar alterações e o surgimento de atrofias nas regiões dos lobos frontal e temporal. Além da ressonância magnética, podem ser utilizados exames de imagem, como o PET e o SPECT, que buscam avaliar não mais a anatomia ou estrutura do cérebro, mas principalmente o seu metabolismo e o seu funcionamento”, destaca o médico.
 

Para além disso, há ainda trabalhos científicos e pesquisas que podem identificar a presença de proteínas que se relacionam com uma das variantes da representação frontotemporal. Por fim, ainda reforçamos que há algumas alterações genéticas familiares que podem favorecer a manifestação da doença.

“O diagnóstico também se baseia em uma avaliação neuropsicológica, feita por um profissional especializado que consegue mapear os domínios cognitivos mais atendidos. A avaliação de todos esses aspectos será determinante para se fazer um diagnóstico mais apurado. Infelizmente ainda não existe um tratamento específico, mas o grande objetivo de um diagnóstico precoce é o controle de sintomas que o paciente possa apresentar, além de descartar doenças potencialmente tratáveis”, finaliza.


COMENTÁRIOS 5z6l1x

Os comentários neste espaço são de inteira responsabilidade dos leitores e não representam a linha editorial do Oeste Mais. Opiniões impróprias ou ilegais poderão ser excluídas sem aviso prévio.