Picolés fazem parte da dieta de pacientes oncológicos no hospital de Chapecó 5m3d3k

Nutricionista explica que quimioterapias geram lesões na boca e alimentos gelados aliviam desconforto. 4ue3u

Por Redação Oeste Mais 6m5y3i

19/08/2024 17h21 v2s33



João Vitor, de 6 anos, está finalizando tratamento de linfoma (Foto: HRO/Divulgação)

Engana-se quem acha que picolé não é sinônimo de saúde. No Hospital Regional do Oeste (HRO) de Chapecó, junto com sorvetes e geladinhos, o doce faz parte da dieta de pacientes em tratamento oncológico. A nutricionista oncológica do HRO, Cristiane Baier Ferreira, explica o motivo. 1hnh

“Utilizamos picolés e sorvetes na alimentação dos pacientes que vão iniciar a quimioterapia, principalmente o Metotrexato (MTX), porque os tratamentos geram lesões na cavidade oral, que chamamos de mucosite”, comenta. 

De acordo com a nutricionista, essa inflamação na boca causa dificuldades para se alimentar e os alimentos gelados aliviam o desconforto causado por ela, por isso, fazem parte do cardápio tanto de adultos quanto de crianças em tratamento.

“O paciente interna em um dia e dá início à quimio no outro, então a gente faz essa oferta do picolé e sorvete um dia antes e vai utilizando, geralmente uma vez ao dia ou até duas e, se for necessário, todos os dias”, explica a nutricionista.

Cristiane destaca que o alimento não apenas ameniza o desconforto das lesões, mas proporciona bons momentos. “Eles adoram picolé e sorvete, então é algo bom, agradável e muito bem aceito por praticamente todas as crianças”, destaca. 

Parceria que conforta e alegra

A inclusão das guloseimas no cardápio dos pacientes oncológicos conta com a parceria de uma indústria chapecoense, que há anos faz a doação dos picolés, sorvetes e geladinhos distribuídos no HRO. O empresário Ivanito Massochin, da Massoca Sorvetes, destaca que foi sensibilizado pela ligação telefônica de uma médica, perguntando se os produtos eram confiáveis para serem oferecidos às crianças em tratamento e que não conseguiam comer por conta de lesões na boca.

“Falei para ela que sim, que são pasteurizados, homogeneizados e poderiam ser consumidos sem problemas”, comenta. Desde então, a empresa ou a enviar uma quantidade de picolés, sorvetes e geladinhos como doação sempre que necessário.

A parceria iniciou ainda quando a Oncologia Pediátrica ficava no Hospital da Criança e, a partir de 2022, com o projeto “Geladinhos do amor”, as doações são enviadas para o HRO. Desde então, a Massoca já doou 3.264 unidades de picolés, sorvetes e geladinhos que são servidos aos pacientes da Oncologia adulta e infantil.

“É gratificante pensar nas pessoas sem muitas defesas podendo se alimentar. Ainda mais pensando nas crianças, que para eles além de saudável, gostoso e nutritivo, é um alimento prazeroso. Qual criança não gosta de sorvete?”, ressalta.

João Vitor, de seis anos, está finalizando o tratamento de um linfoma e não esconde a alegria ao receber um picolé na hora do lanche. 

A mãe do pequeno, Rosa Franco Batista, afirma que a ação faz toda a diferença no dia a dia dele, que a três dias internado a cada sessão de quimioterapia. “É uma parte bem importante esses agradinhos que eles têm, porque é algo difícil um tratamento, então quando vem algo diferente, é uma delícia saber que o tratamento não precisa ser só pesado, tem uma parte boa também”, destaca. 


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