O Brasil bateu recorde histórico de transplantes realizados no Sistema Único de Saúde (SUS) em 2024, com mais de 30 mil procedimentos, um crescimento de 18% em relação a 2022. 3w2l3j
O Ministério da Saúde divulgou os dados nesta quarta-feira, dia 4, junto com uma série de medidas que visam modernizar e tornar mais eficientes os procedimentos de transplante no país.
Entre as principais novidades está a implementação da Prova Cruzada Virtual, um exame mais ágil e seguro que será usado para avaliar a compatibilidade entre doadores e receptores. O objetivo é reduzir o tempo de espera por transplantes e diminuir o risco de rejeição dos órgãos.
Novas medidas para acelerar e melhorar transplantes
Além da Prova Cruzada Virtual, o governo federal vai reorganizar a forma como os órgãos são distribuídos entre os estados. A ideia é priorizar a alocação dentro da mesma região geográfica, com base na malha aérea atual e na estrutura dos programas estaduais de transplante, o que deve tornar o processo mais rápido.
Outra mudança importante é a oferta inédita de transplantes de intestino delgado e multivisceral no SUS, voltados a pacientes com falência intestinal irreversível. Atualmente, cinco hospitais já realizam esse tipo de procedimento - quatro em São Paulo e um no Rio de Janeiro.
Para melhorar o acolhimento das famílias de possíveis doadores, o Ministério vai lançar o Programa Nacional de Qualidade em Doação para Transplantes (ProDOT). A proposta é capacitar as equipes de saúde para que lidem melhor com as famílias em um momento de luto, o que pode aumentar o número de autorizações para doação. Em 2024, 45% das famílias se recusaram a autorizar a doação.
Atualmente, segundo os dados do Ministério da Saúde, 78 mil pessoas aguardam por doação de órgãos, sendo os mais demandados, em 2024: rim (42.838), Córnea (32.349) e Fígado (2.387). Já os órgãos mais transplantadores foram: córnea (17.107), rim (6.320), medula óssea (3.743) e fígado (2.454).
Outra inovação é o uso da membrana amniótica no tratamento de queimaduras, que será incorporada ao SUS. Estudos mostram que esse tipo de curativo reduz a dor, infecções e acelera a cicatrização, oferecendo mais qualidade e humanização ao tratamento.
O Ministério também aumentou os valores pagos por procedimentos relacionados a transplantes de córnea, como coleta de tecidos e exames, fortalecendo os bancos de olhos em todo o país.