A greve dos caminheiros continuou nesta segunda-feira, dia 30, nas margens da BR-282, em Xanxerê. Mais de 5 quilômetros das vicinais, entre o Trevo da Femi a arela foram ocupadas por motoristas de todas as cidades que precisavam ar pelo perímetro urbano do município, ultraando mais de 500 caminheiros parados. s29j
Laudair Sampaio, caminheiro autônomo há 26 anos, comenta que a situação nunca chegou a esse ponto durante todo o período em que trabalhou em cima de um caminhão. Ele afirma que mais de 100 motoristas de Xanxerê estão mobilizados e que a greve que se estende em todo país só vai terminar quando houver uma negociação para melhores condições de trabalho.
"Não vamos abrir mão enquanto não chamarem para negociar, é só o que queremos. Infelizmente chegou a um ponto que não tem mais como trabalhar, eu mesmo vou vender o caminhão e trabalhar de funcionário se continuar desse jeito. Sou caminhoneiro há 26 anos e nunca enfrentei uma situação como essa", afirma Laudair.
O motorista comenta que algumas mudanças precisam ser feitas na nova lei para que o caminheiro consiga pagar as despesas da viagem e também conseguir sustentar a família.
"Concordo com o horário, pois nenhum trabalhador brasileiro trabalha mais que 8 horas, o caminhoneiro tem que trabalhar mais porque não consegue manter a família e o caminhão. O horário é bom, desde que tenha condições. Os postos estão cobrando para dormir nos pátios, e vamos dormir aonde? Estacionar aonde os caminhões para cumprir os horários? Eu tenho um caminhão só, mas quem tem 10, 50 ou 500 caminhões estão piores do que eu hoje por conta dessa lei", comenta Sampaio.
Ele comenta ainda que a lei é apenas um dos problemas, mas os motoristas ainda enfrentam outros problemas, como o preço do frete, óleo diesel, impostos e condições da rodovia.
"É uma série de fatores que vem se alastrando há muito tempo. Chegou a um caos, então se chamarem para a negociação, amanhã mesmo voltamos a trabalhar" afirma.
Todos os caminhões com carga viva, como aves e suínos, e até mesmo caminhões carregados com leite estão tocando viagem normalmente, os demais, todos estão aderindo à paralisação ao longo dos trechos.
Principais motivos da greve:
Os trabalhadores apontam dois problemas principais que motivaram a greve. O primeiro é em relação ao valor do frete, que foi afetado por alteração da ANTT na Lei nº 11442/07, o que possibilitou a entrada de mais de 600 mil veículos de cargas, de todas as especialidades, no setor. Isso provocou uma queda no valor do frete e uma precarização ainda maior da profissão.
O outro problema é o cartão-frete instituído pela ANTT. Ele proíbe os caminhoneiros de receber pagamentos em dinheiro ou cheque, sendo obrigatório o depósito em conta bancária ou em créditos a serem inseridos em um cartão eletrônico.
A paralisação segue por tempo indeterminado, até que a ANTT suspenda as determinações.
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